Futuro do Trabalho

O FUTURO DO TRABALHO

No passado dia 17 de Janeiro, a Associação Gandaia, dentro da sua iniciativa Res Publica, trouxe mais um interessante tema para debate. Desta vez, discutiu-se a questão do Futuro do Trabalho.

O sociólogo Nuno Henriques e o executivo Luís Amorim ligado às novas tecnologias, cada um dentro da sua área de actuação e demonstrando grande segurança e conhecimento, apresentaram à audiência os rumos que, segundo a sua opinião, o trabalho já trilha no presente e irá trilhar no futuro.

Nuno Henriques começou por citar o filósofo Agostinho da Silva quando disse que “O homem não nasceu para trabalhar, nasceu para criar”. Depois esclareceu-nos sobre a etimologia da palavra Trabalho derivada do latim “Tripalium” que significa ‘instrumento de tortura’ e, mais modernamente, ‘actividade difícil e dura’ ou, ainda, da palavra francesa ‘travailler’ que implica a noção de dor ou sofrimento.

Deu-nos, a seguir, uma resenha histórica do conceito do trabalho até finais do século XX, quando os avanços tecnológicos, a prosperidade económica e a facilidade material deram origem à chamada ‘geração Y’, nascida já no domínio da virtualidade como sistema de interacção social e num novo conceito das relações do trabalho. Nuno Henriques terminou a sua intervenção mostrando a sua preocupação por notar que, nos tempos actuais, o relacionamento humano está, efectivamente, em falta.

Luís Amorim, mostrando-se absolutamente consentâneo com a referida ‘geração y’, revelou-se totalmente consciente da realidade do mundo do trabalho presente e apresentou as suas perspectivas de futuro.

Como base da sua intervenção, e de um modo realístico, começou por falar da ‘força tecnológica’, da ‘globalização’, de ‘demografia e longevidade’, de ‘recursos energéticos’, do ‘desaparecimento das profissões’, da ‘redução dos postos de trabalho’.

Depois, mais optimista em relação ao futuro, disse-nos que ‘as crianças de hoje vão trabalhar em empregos que ainda não existem’, pois vive-se actualmente a 4ª Revolução em que a perspectiva de futuro não se perde num tempo longínquo, mas quase que na realização do imediato, devido à aceleração crescente da tecnologia.

Segundo Luís Amorim, a humanidade tende a caminhar em sentidos opostos: um para o futuro, para um mundo robótico, desumanizado, o outro, por paradoxal que possa parecer, para o passado, para um hipotético regresso às origens.

A estas apresentações, que foram do agrado geral da assistência, seguiu-se um intenso debate, só interrompido pelo adiantado da hora.

 

Reinaldo Ribeiro

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pin It on Pinterest