Nelson Mandela

A Humanidade, ao longo da sua História, não tem sido muito profícua em indivíduos que mereçam o adjectivo de “Excepcionais”.

No entanto, a intervalos irregulares, que podem ser de décadas ou mesmo de séculos, surgem seres que se notabilizam pelas suas qualidades extraordinárias.

Nelson Mandela foi, sem dúvida, um desses raros exemplos. O seu humanismo, calcado na luta pela liberdade, justiça e igualdade, granjeou-lhe a admiração e o respeito universais.

Como reconhecimento, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas instituiu,  em Novembro de 2009, o Dia Internacional Nelson Mandela – Pela liberdade, justiça e democracia, a ser comemorado em todos os dias 18 de Julho, data do nascimento de Nelson Mandela, em 1918.

Também eu, admirador confesso de Mandela, no dia do seu aniversário, em 2013, lhe dediquei este poema:

 

O RAPAZ DE MVEZO

 

A Nelson Mandela

 

Ventos loucos,  ventos terríveis

fustigam savanas e cidades.

São furacões de intolerância

e espalham dor, ódios, injustiças.

Homens de fé extrema, os donos dos ventos,

subjugam outros homens.

 

Um rapaz ignorado, simples,  decidido,

vem de Mvezo, uma aldeia sem paisagem,

onde sopram ventos loucos, ventos terríveis.

Na mala,  com a raiva dentro, a esperança medra,

luminosa como a fonte do sol.

Na poeira do caminho  ele vai só,

curvado sob o peso de uma quimera.

Sonha com igualdade e justiça e enfrenta

os ventos loucos, os ventos terríveis.

 

Estuda leis para se defender do mal,

e para ajudar os oprimidos, como ele.

A luta é desigual.  Enumeram-se torturas

e violências sempre impunes

Vozes brancas calam-lhe a raiva negra, à força.

Vinte e sete anos de silêncio criam-lhe o mito,

mas o rapaz de Mvezo, resiste.

 

Na solidão da sua cela, raízes de humanidade

brotam espontâneas do seu coração.

Crescem e espalham-se pelas savanas e pelas cidades

E alcançam o espírito de todos os homens

E florescem rosas nos verdes prados da utopia.

No céu de África desenrola-se um arco-íris

É a mensagem do fim da ignomínia

e os homens são, finalmente, iguais.

O rapaz de Mvezo venceu e sorri,  humildemente,

No seu rosto espelha-se o perdão e o amor.

E o mundo agradecido,  grita o seu nome,

Mandela! Madiba!.

 

Reinaldo Ribeiro – 18/07/2013

 

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