Sabe o que é Segurança?

A palavra “segurança” pode ser definida, em primeira instância, pelo acto ou efeito de segurar, ou seja, pelo acto ou efeito de manter seguro. A expressão “manter seguro” implica o desenvolvimento das acções necessárias para salvaguardar que as pessoas ficam seguras, ou seja, “livres de cuidados, de risco ou de danos”.

A segurança é baseada em boas práticas comportamentais, e é produto de um processo contínuo definido por um conjunto de comportamentos que reduzem o risco de acidentes.

A segurança quando bem planeada e bem implementada conduz a uma redução dos índices de incidentes, acidentes e lesões e a uma progressiva frequência de comportamentos seguros (está provado que comportamentos seguros induzem outros comportamentos seguros e assim sucessivamente).

Era importante que as entidades que têm por missão assegurar as boas condições de segurança pública na Costa da Caparica entendessem bem o significado do vocábulo “segurança”, porque há situações que me levam a crer que não o sabem. Vou ilustrar a minha afirmação com dois exemplos:

  1. A passagem superior para peões no final do IC20 foi encerrada pela protecção civil de Almada em Novembro de 2017, por falta de segurança (sendo objecto de reportagem do DN em 15-03-2018 e de um canal televisivo geral). Devido à habitual “dança de competências” entre CMA e Infraestruturas de Portugal, nada foi feito e as barreiras que impediam o acesso desapareceram. O Noticias da Gandaia verificou (em 21-05-2018) que a passagem pedonal está a ser utilizada, mau grado o seu evidente estado de degradação que as fotos documentam, nomeadamente: fissuras e corrosão abundantes e falta de parafusos. E, se há perigo para os peões, não haverá, igualmente, perigo para os veículos? Se a estrutura colapsar a probabilidade de cair sobre veículos é elevada, porque não foi cortado o trânsito a veículos por debaixo do viaduto?

Quando acontecer algo de grave (as condições estão criadas e só uma questão de tempo) de quem é a culpa?

  1. Na Rua do Almada, rua de acesso à escola EB 2/3 da Costa da Caparica não há uma única passadeira para peões, situação que se mantém, pelo menos, desde o início do ano lectivo. Como é possível ensinar e habituar os nossos filhos a respeitar as regras básicas de segurança, se não há condições para tal? Como é possível começar com os nossos jovens a mudar (para melhor) a nossa fraca cultura de segurança se, quem deveria providenciar as condições de base, não se preocupa. Penso que o custo de 3 passadeiras para peões (seria o ideal ter uma passadeira em cada ponta da rua e outra em frente ao portão de acesso à escola) ou, no mínimo, uma, não justifica a sua não existência; este é um caso flagrante de enorme desleixo.

A segurança é um dever do Estado e um direito e responsabilidade de todos.

Reformulando a pergunta inicial: Sabe o que é a segurança na Costa da Caparica?

Não consigo responder de forma afirmativa, vou tentar uma resposta em forma interrogativa: Na Costa da Caparica a segurança será, tão-só, um conjunto de leis?

 

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