DJUMBAI JAZ: Nova música tradicional da Guiné-Bissau

Qualquer pessoa que alguma vez se tenha sentido tocada pela música africana, não pode de maneira nenhuma faltar ao encontro com estes Mestres Djumbai. Em cujas veias corre a música clássica, delicada e contemplativa da cultura milenar e nobre do império Mandinga. A vincada e diversificada experiência dos músicos que compõem este grupo, converge no encontro entre matrizes rurais e urbanas, entre referências étnicas diferentes mas interligadas por uma sensibilidade e uma elegância comuns, resultando numa fusão de vários estilos que nos transportam para um universo sonoro no qual o fino equilíbrio entre melodia e ritmo se torna irresistível. O grupo foi criado há alguns anos atrás por Maio Coopé, artista polifacetado já conhecido do público internacional pelo seu trabalho com a formação Gumbézarte.

 

 

O projecto Djumbai Jazz surge 1999 pela mão de Maio Um projecto formado por 4 pessoas, aprofundado no som típico e acústico para um espectáculo intimo e alegre. “ No meu País, sobretudo nas zonas suburbanas, antes das crianças irem dormir, há uma reunião junto dos mais velhos, ao redor da fogueira, contam-se histórias e há sempre uma pessoa para cantar, trata-se de um costume da Guiné-Bissau e que esteve sempre bem próximo de mim” Foi nesta atmosfera que Maio Coopé, cantor, músico e compositor, encontrou brechas para se transformar em nome importante na música da Guiné-Bissau, País formado por 43 etnias e com grande diversidade cultural, Guiné-Bissau é o caldeirão que Maio vem bebendo desde pequeno. Em Setembro de 1975, venceu o Festival de Mandjuande para Musicas Tradicionais cantadas em Crioulo. O cantor construiu uma carreira que evolui a cada ano. Filho de Pais músicos ele começou a cantar em festas tribais. Com a independência do seu pais (1974) e a consequente eferverscência cultural, as portas para a exibição de suas potencialidades ficaram abertas. No inicio, Maio Coopé procurou sempre estar bem próximo da Música Tradicional do seu País, trabalhando a sua voz junto à percussão e com repertório de canções populares, ele tornou- se conhecido na Guiné-Bissau e na Europa, onde realizou espectáculos : Apresentou-se na União Soviética em 1977 e 1980, fez Espectáculos em Amesterdão ( Tropmuseu), Roterdão ( Paradiso) e Estocolmo ( Tropicana). Com os Gumbezarte, trabalhou a sua música depois de uma extensa pesquisa sobre a cultura musical das várias etnias do seu País e junto ao Canadense Silvam Panatom, registou as suas canções.

Maio Coopé foi vencedor de vários festivais na Guiné-Bissau: 1984 Festival Descoberta de Novos Talentos 1985 Festival de Mandjuande ( Música Tradicional) 1986 Festival de Nopintcha ( Música Moderna) 1988 Festival Agitu Tem Cu Tem ( Temos que arranjar jeito) Durante a década de 80 fez várias Tounés Nacionais pelo Interior do Pais:  Bafata, Gabu, Bissorá , Sonako, Pirada, Boe, Farim, Manssoa, Cacheu, Cachungo, Buba, Catio, etc.. Nos anos 90 faz também apresentações na Alemanha ( Berlim), durante o Festival Lusomania, onde se apresentaram também Chico Science, Nação Zumbi e Margareth Menezes. Grava o disco “ Camba Mar” com o seu grupo Gumbezarte. A sua música fala sobre do seu País e dos opressores colonizadores, o dico lançado através da editora Lusafrica revela-se um sucesso e é apontado pela crítica internacional como um dos melhores artistas a surgir em Bissau. Maio inicia uma extensa tourne pela Europa, por vários festivais conceituados como; La Villete ( França), Sfinks ( Bélgica), Rambout Festival e Nordezem na Holanda, Expo 98, etc. Em 2000 é convidado para a feira/festival de músicas do mundo Strictly Mundial em Zaragoza ( Espanha), onde a música “Pelele”, é seleccionada para participar na compilação do Forum Europeu de Festivais de World Music , e onde inclusivé o Artwork do disco é criado por Mayo. Em 2004 volta ao Brasil com os Djumbai Jazz no âmbito do projecto “ Na Ponta da Lingua” onde actua em várias cidades do Estado de Minas Gerais. Tem colaborado com vários artistas Lusófonos , e gravou com vários artistas de cabo-verde na compilação “Ayan” da editora Praia Records.

 

Fonte: http://www.myspace.com/djumbaijazz

 

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