Recuperar a Torre Velha

A Fortaleza da Torre Velha, em Porto Brandão (Almada) e o Forte do Velho do Outão, em Setúbal, são dois dos 15 imóveis a abranger pela segunda fase do Programa Revive, o programa que visa a recuperação de imóveis públicos para fins turísticos, que o Governo vai apresentar esta quinta-feira, em Lisboa. A sessão, que irá contar com a presença dos ministros da Cultura e da Economia, respectivamente Graça Fonseca e Pedro Siza Vieira, e também da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, terá lugar no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, situado no n.º 8 da Rua da Prata  – precisamente um dos edifícios com valor patrimonial a requalificar no âmbito do programa. 

Três anos depois de ter arrancado o Programa Revive, com um pacote de 33 monumentos, o Governo vai anunciar esta quinta-feira mais 15 edifícios que serão reabilitados no âmbito desta iniciativa. Da nova lista fazem parte um edifício pombalino na Baixa de Lisboa e um forte em Almada, construído no século XIV e outro no concelho de Setúbal.
O Revive foi lançado em 2016, é uma iniciativa que prevê a reabilitação de edifícios públicos classificados, devolutos, através de fundos privados, continuando o Estado como proprietários dos mesmos. 33 imóveis depois, 17 concursos lançados, dos quais sete adjudicados, a iniciativa já soma um investimento total de mais de 54,5 milhões de euros, adiantou o Gabinete do Ministro Adjunto e da Economia, em comunicado.
Mas o Governo quer mais. Esta quinta-feira vão ser anunciados os 15 imóveis que irão integrar a segunda edição do Revive e, desta nova lista, farão parte um edifício pombalino no número 8 da Rua da Prata, em Lisboa, que funciona atualmente como sede do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia, apurou o ECO.
A este vai também juntar-se outros dois monumento, nos concelhos de de Almada e Setúbal. Trata-se da Fortaleza da Torre Velha, em Almada, também conhecida como Forte de São Sebastião de Caparica ou Torre de São Sebastião de Caparica, localizada em Porto Brandão. O imóvel foi considerado Monumento Nacional pelo Governo em Abril de 2012.Em 1801 ficou desativada, passando apenas a acolher viajantes de barco, e, em 1832, voltou a ser remodelada e reativada para uso militar. Contudo, no final do século XIX, passou a servir apenas como depósito e alojamento.De acordo com o site da Direção-Geral do Património Cultural, a fortaleza foi mandada construir por D. João II no final do século XV, com o objetivo de defender a barra do Tejo. A torre assegurou a defesa do estuário e dos portos de Lisboa ao longo de mais de sessenta anos e, durante a dinastia filipina, foi alargada e modernizada. “Durante este período ficava conhecida como Torre dos Castelhanos”. A planta da fortificação “desenvolve-se em “U”, composta por três corpos, e três baluartes com casernas”, refere a Direção-Geral do Património Cultural.
Segundo o jornal digital Dinheiro Vivo, outro forte que vai entrar nesta segunda fase do programa Revive é o do Velho do Outão, em Setúbal. Trata-se de uma edificação do século XVII, também com o objectivo da defesa da costa, e que se encontra abandonada há muito.Forte Velho do Outão, também conhecido por Forte do Zambujal, Forte do Facho ou Atalaião da Arrábida, foi construído no Séc. XVII (provavelmente entre 1649 e 1655) a mando do Rei D. João IV para colocação de artilharia que pudesse auxiliar na defesa da barra do Sado e do porto de Setúbal.
O Forte surge na forma de forte construído sobre plataforma de baluarte, o seu conjunto apresenta um circuito de muros altos, verticais que rematam em balcão corrido, vazado onde poderiam ter existido mata-cães (abertura no chão entre as ameias ou os balcões das fortificações medievais, através da qual se podia observar os atacantes e agredi-los com pedras, flechas, água fervente ou outros objectos) é ameado com abertas largas, com esplanadas em níveis diferenciados.

Revive quer recuperar património abandonado 


O Revive em Portugal, que é uma iniciativa conjunta dos ministérios da Economia, Cultura e Finanças, foi lançado em 2016, com um total de 33 imóveis públicos identificados como tendo potencial interesse turístico. Até ao momento, foram lançados 17 concursos, tendo já sido 7 adjudicados, o que representa um investimento superior a 54 milhões de euros. 
O primeiro imóvel reabilitado ao abrigo do Revive, o Convento de São Paulo, em Elvas, abriu ao público em Junho.
O Programa Revive promove a recuperação e a requalificação de imóveis públicos classificados que estão sem uso, através da concessão a privados para exploração para fins turísticos. E não se limita a Portugal. Depois dos acordos de cooperação estabelecidos com São Tomé e Príncipe, Angola e Cabo Verde, o Governo português assinou em Junho o protocolo com o estado da Baía, no Brasil. “O objetivo é promover a recuperação e dinamização económica do património que ‘fala português’”, disse  fonte do gabinete da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.

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Jornal da Associação Gandaia

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