Hotel Faz 81 Anos

O Hotel Praia do Sol faz 81 anos de atividade ininterrupta. Diz-se que foi o primeiro hotel a sul do Tejo,abrindo portas em 1934 sob a égide de Agro Ferreira, grande promotor da Costa da Caparica.

Transcrevemos aqui excertos da memória de uma exposição comemorativa organizada pelo hotel em 2006. Acrescentamos ainda a imagem de uma publicação como separata “Monografia de Propaganda” da publicação Guia do Portugalo Artístico, que a Gandaia Edições republicou em Fac Símile em 2013, um anúncio muitíssimo interessante, sobretudo porque demonstra a forma como nessa altura a Costa da Caparica era apresentada salientando as suas capacidades curativas, de que ainda hoje a Talassoterapia é exemplo, mas também pela sua colocação como produto turístico de elite, como a gestão da “Benard” demonstra.

Hotel Praia do Sol“Esta exposição tem como objectivo apresentar uma imagem do que era a Costa da Caparica nos anos 30 e da construção do Hotel, que constituiu o primeiro acto deliberado para a criação de um plano turístico para o concelho de Almada, a partir de um ideal defendido e perseguido pelo seu fundador, Manuel de Agro Ferreira.

O trabalho que agora se apresenta é o primeiro destino duma “viagem” que se inciou em 2006 e que nos ensinou algumas lições:

– A importância do Hotel no turismo da margem do Sul do Tejo, com o seu funcionamento ininterrupto, durante 75 anos e até aos dias de hoje;

– A importância da Gerência e liderança do Hotel, que teve o início com o Sr. Manuel de Agro Ferreira, depois com o Sr. João Agostinho Mouriz de Campos e, posteriormente, com o Grupo Vip Hotels.

(…)

“O Hotel da Praia do Sol dispõe de 54 quartos, com casa de banho privativa, ar condicionado e TV por satélite, decorados de forma a proporcionar o máximo conforto em estadias de lazer e de trabalho. Pode ainda desfrutar de um gabinete de massagens terapêuticas, bar com mesa de snooker, spots de internet e salas de reuniões.

Encontra-se localizado numa rua pedonal, na principal zona comercial e de serviços da Costa da Caparica, a cerca de 200 metros da praia e a 15 minutos do centro de Lisboa, permitindo aliar as férias de touring cultural e urbano às férias de sol e mar.

A sul do rio Tejo e integrada numa área protegida, entre a montanha e o mar, a Costa da Caparica prolonga-se por quase 30 km de praia, constituindo uma das principais estâncias balneares de Portugal”

(…)

“Trata-se de um edifício com cave e quatro pisos acima da cota de soleira, localizado em tecido urbano consolidado no centro histórico da vila da Costa da Caparica.

Sendo a primeira unidade hoteleira da Costa da Caparica e uma referência incontornável do turismo da margem sul, o edifício apresenta hoje uma configuração que resulta de diversas alterações e acrescentos desde o seu projecto original.

Da autoria do Arq.º Moreira Lemos, o Hotel da Praia do Sol ocupava inicialmente apenas parte da sua área actual, desenvolvendo-se já em três pisos, contando com 40 quartos e com um salão de chá e terraço ao nível do piso superior, apresentando uma linguagem arquitectónica modernista consentânea com a sua época.

Em 1947, o edifício sofre uma remodelação com a sua ampliação para a Rua dos Pescadores e o encerramento de todo o piso superior, aumentando a sua

capacidade de alojamento, tendo resultado numa configuração muito próxima da actual, ainda que do ponto de vista arquitectónico resultasse num empobrecimento da linguagem inicial.

Posteriormente, já em 1965, sofre nova alteração com o projecto da autoria do Arq.º Trindade Chagas que, no entanto, por razões que desconhecemos, é apenas executado parcialmente no tocante à remodelação interior, não tendo sido efectuada a intervenção prevista para as fachadas, que pretendia uniformizar e actualizar a sua linguagem exterior.

Do ponto de vista construtivo, o Edifício do Hotel da Praia do Sol caracteriza-se por uma construção onde coexistem e se combinam, fundamentalmente, elementos de alvenaria de pedra e tijolo resistente, com estruturas e revestimentos de pavimentos em madeira. Na época da sua edificação, eram estes, essencialmente, os materiais que melhor combinavam com as necessidades duma construção que se pretendia rápida e o mais económica possível.

As alvenarias, quer de pedra quer de tijolo cerâmico resistente, tanto no exterior como no interior, são predominantes na construção dos elementos de suporte vertical que sustentam as cargas relativas aos pesos próprios dos pisos, dos seus revestimentos e das cargas de uso correspondentes à actividade de alojamento desenvolvida pelo Hotel. Os pavimentos são resolvidos com recurso ao vigamento de madeira de pinho, revestido a soalho igualmente de pinho. Como acabamentos, predominam como solução geral os rebocos e pinturas nas paredes e o recurso a azulejo vitrificado nas zonas húmidas de casas de banho e cozinha/zonas de serviço do Hotel. Nos pavimentos, destaca-se a solução antes referida de soalho de pinho, complementada com o recurso a revestimentos de mosaico hidráulico nas mesmas zonas húmidas que se enunciaram para as paredes. Os tectos são acabados com soluções de estafe e pintura. Realçam-se poucos elementos de acabamento que não sejam de construção simples e singela, o que combinado com o que se descreveu para a estrutura, nos remete para soluções de construção essencialmente económica, de execução rápida e onde se destacam questões de funcionalidade própria dum edifício de serviços direccionado para as suas funções de Hotel. Também no que concerne às instalações das redes técnicas, pontificam soluções simples e sem elementos de destaque, ou seja, mantém-se a coerência antes referida de estarmos na presença duma construção simples e económica.”

 

 

 

Notícias da Gandaia

Jornal da Associação Gandaia

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pin It on Pinterest