Arte e Tecnologia na Trafaria


A Universidade Nova de Lisboa vai instalar, no Forte da Trafaria, o Instituto de Artes e Tecnologias, tendo a Câmara de Almada aprovado já a proposta de celebração de um contrato para efeitos de constituição de direito de superfície a favor daquela instituição de ensino.
De acordo com a proposta aprovada pelo executivo camarário, a celebração deste contrato abrange as fracções A, B e C do Bloco 1 daquele imóvel municipal, sendo que o direito de superfície produz efeitos a partir da data da escritura pública que o constitua, em data ainda a agendar, e durará pelo prazo de 50 anos, podendo ser renovado por períodos sucessivos de 20 anos, mediante prévio acordo entre as partes, antes do termo do contrato ou de qualquer uma das suas renovações.
O Instituto de Artes e Tecnologias (IAT) será uma unidade académica da Universidade Nova dedicada à educação, formação, investigação e criação nas áreas de confluência das artes e das tecnologias, “operando como um agente de investigação, criação e divulgação universal das artes e das tecnologias”, que proporcionará as condições para a oferta de cursos formais em todos os graus, “bem como cursos de pós-graduação, formação, especialização, ou outros que melhor respondam às necessidades identificadas para a área de actividade e aos objectivos” deste novo instituto.
O IAT deverá ainda orientar a sua actividade “numa perspectiva de visão comum de integração plena deste com as instituições, a população e a malha urbana da Trafaria”, o que deverá reflectir-se no seu funcionamento, arquitectura e colaborações futuras.
O Forte da Trafaria é um edifício de grande relevância na história do concelho de Almada. Funcionou, entre 1909 e 1981, como prisão militar e, não obstante as utilizações anteriores que lhe foram dadas, é, para o Município de Almada, um momento da história política recente que importa salientar e preservar, pois ali estiveram encarcerados algures dos militares que participaram no Golpe das Caldas, o movimento militar que antecedeu – e de certa forma antecipou – o 25 de Abril.
O Edifício das Celas será, de acordo com o projecto apresentado, simultaneamente, um centro de arte ligado aos temas que definem a sua história e um espaço de memória que permita ao público conhecer a história e vivências do edificado. Por isso pretende-se que seja um espaço dedicado à Liberdade, Justiça, Resistência e Utopia, “dimensões que estão também muito vinculadas à história do Município de Almada.” A requalificação do Edifício das Celas ficará a cargo da CMA e o projecto de arquitectura deverá obrigatoriamente “ser desenvolvido em estreita articulação com o programa museológico e em diálogo com a comunidade e a história locais.”

Notícias da Gandaia

Jornal da Associação Gandaia

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pin It on Pinterest