Arte-Xávega na Fonte da Telha

Foi no passado sábado 13 de setembro que o Grupo Desportivo “Os Navegantes” da Fonte da Telha, apoiado pela Junta de Freguesia da Costa da Caparica, organizou a Recriação Histórica de um “Lanço de Arte-Xávega à Moda Antiga”.

Infelizmente, o mar não ajudou. a embarcação “O Pio”, um saveiro de duas bicas cortadas, que “Os Navegantes” recuperaram magistralmente, não pode ir ao mar com a força dos remos. Não houve “deitar abaixo” daquela embarcação histórica. Mas uma outra, já moderna e motorizada, afoitou-se cortando as ondas e proporcionando o “alar” à antiga.

Mais de uma centena de pessoas acorreram ao local e muitas com o “cinto de alar”, vestidos a rigor.

A pescaria não foi farta, mas numa bela manhã de sábado, ninguém se importou grandemente. Ficam aí as fotos de Henrique Nabais e Manuel Torres para poderem apreciar, os que não foram, ou recordar, para os que lá estiveram.

Uma coisa parece certa, é uma aposta a manter e repetir. A presença de numeroso público indica claramente o impacto que a Arte-Xávega tem.

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Notícias da Gandaia

Jornal da Associação Gandaia

One thought on “Arte-Xávega na Fonte da Telha

  • 19 de Setembro, 2014 at 0:12
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    Excelentes fotos , imagens que fazem recordar partes da nossa história .

    Aparentemente simples , a realização deste evento foi o comular de vontades e de esforços de variadas pessoas e entidades que separadamente levaram a esta singela Reconstituição Histórica se realizasse.

    Desde a dificuldade em encontrar “um barco” que tivesse feito parte de uma “Companha” da Costa de Caparica ou da Fonte da Telha , as peripécias para convencer o seu antigo proprietario a vende-lo , o eximio trabalho de carpintaria e calafetagem do Paulo Rodrigues , a pesquisa , pintura e decoração do Casimiro Moura , a Supervisão , incentivo permanente e coordenação de “Mestre Márinho” , o apoio da Junta de Freguesia , do Clube Desportivo “Os Navegantes” , e a colaboração anónima de pescadores, da população da Fonte da Telha e o contributo variado de tantas outras pessoas permitiu que esta “Recriação Histórica” tivesse atingido os objectivos a que a Organização se propos , nomeadamente:

    – “Trazer de volta ás nossas gentes um verdadeiro barco que tivesse feito parte de uma Companha das Artes Xávegas da nossa terra”

    O PIO é um auténtico Saveiro “Meia Lua de Bicas Côrtas” ( bicas curtas ou bicas cortadas ..)de 6 remadores , pertenceu á antiga companha “do Márinho e do Calamóte” sediada na Fonte da Telha.

    – ” Recuperar “o barco” de forma a que estivesse de acordo com a Època que que por cá andou ao mar.

    O PIO foi “reparado” , mantendo a maior parte do seu madeirame , foi calafetado, foi pintado e decorado “á moda de antigamente” , nomeadamente com a cruz dos cavaleiros da Ordem de Cristo ( ou cruz de Cristo como lhe chamavam na època )e com o tipico “Olho” que na Fonte da Telha era comum ser ligeiramente diferente do da Costa , sendo “mais cheio” , não simétrico e com “pestanas” ( um velho pescador contou que na Fonte da Telha as pestanas tipicamente eram 12 , uma por cada apóstolo ).

    – “Estando o barco pronto , realizar um evento de Homenagem aos homens do mar da Costa de Caparica e da Fonte da Telha e a todos que algum dia andaram nas “Artes” ou que tiveram familiares que tenham andado nas “Companhas”

    Assim , este “Lanço” ( ou Lance )á antiga , foi acima de tudo uma singela homenagem aos antigos pescadores “das Artes” , aos seus familiares e a seus descendentes , homenagem sentida pois mesmo com as agruras da vida e a caracteristica rudesa das gentes do mar , se juntaram pescadores de várias Companhas de antigamente para homenagear os seu antepassados e reviver as coisas boas que as “Artes” trazem á memória , tendo a organização sido agradavelmente supreendida pela presença do neto de um Arráis falecido neste mar á mais de 20 anos , na trágica noite do naufragio “dos Parganas” , salientando que veio de propósito de França onde está radicado na sexta-feira , assistiu e participou activamente no Lanço , e voltou no domingo para França , obrigado Rafael .

    Pela minha quero agradeço publicamente a todos os que participaram , destacando os mais novos que voluntáriamente e orgulhosamente quiseram aprender “como era” , destaco tambem os “menos novos” que com o seu saber e experiencia participaram entusiasticamente , ensinando e mostrando que quem sabe não esquece , destaco o apoio da Junta de Freguesia , nomeadamente ao Sr. Presidente e ao seu staff , agradecimento á Capitania do Porto de Lisboa ( Delegação da Trafaria ) , o empenho do MotoClube Pátáfundo , um realce para aqueles que trajaram “á època” , um especial destaque e agradecimento á “Noticias da Gandaia” na divulgação do evento , e o destacado agradecimento a Mário Figueiredo , “Arráis de Mar” ( na época havia tambem “o arráis de terra” ) , do alto das suas sete dezenas de anos de vida , um dos mais experientes “homens de mar” da nossa terra , pela ideia , pela coordenação , pela sensata decisão de não ter “deitado abaixo” o saveiro , de não ter colocado em perigo os seus homens neste que se pretendia ser um dia de festa e de homenagem.

    Agradecimento tambem a todos os que participaram ou que marcaram presença para assistir , decerto este evento mexeu com a memória de muitos de vós.

    Está na calha a realizaçao de um “Dia do Pescador” em 2015 provavelmente em Julho , com um outro “Lanço” á moda antiga , pretende a organização aprimorar alguns items.

    – Usar uma “verdadeira rede de Pandas de Cortiça”
    – Sair ao mar , largar a rede e dar “o Lanço” com O PIO , coisa que este ano não foi possivel devido ao estado do mar.
    – Fazer uma simples e sigela homenagem aos antigos pescadores .
    – Convidadar os participantes a usarem trages da época.
    – Divulgar atempadamete e adequadamente na comunicação social .
    – Divulgar atempadamente nos Hoteis e Agencias de Viagens .
    – Entregar aos participantes e visitantes um pequeno folheto explicativo

    A organização convida também a que deixem sugestões de forma a que este evento , que se pretende passar a ser anual , se possa enquadrar nas vontades e desenjos das nossas gentes.

    ( Como curiosidade refiro que O PIO é neste momento o unico “Barco” das Artes , em condiçoes de navegar existente na Costa e na Fonte da Telha , pois tanto o “Amar a Costa” como Barco de Mar existente na rotunda não estão minimamente em condiçoes , acresce que neste momento as embarcaçoes actuais das “Artes” são todas “Chatas” , algumas ainda em madeira e muitas já em fibra , ou seja O PIO é neste momento o unico e ultimo Barco das Artes )

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