Comida, Escolas e Queixas

A empresa Uniself — Sociedade de Restaurantes Públicos e Privados SA, concessionária do fornecimento de alimentação a 37 das 44 escolas do 1.º ciclo no concelho de Almada, está a ser acusada por pais, encarregados de educação e alunos da má qualidade da comida servida nas cantinas de escolas como a Básica n.º3 do Monte da Caparica.

A empresa, que este ano já recebeu mais de 700 mil euros do município e vai receber, nos próximos dois anos, em consequência do contrato de concessão, mais cerca de três milhões de euros está a ser acusada de servir “sopas aguadas” e, como referiu a mãe de uma aluna daquele estabelecimento de ensino, citada pelo diário Público, “tortilha de legumes com batata cozida, mas a tortilha estava intragável pelo que o almoço foi apenas batata cozida.”

O descontentamento com a qualidade da comida foi objecto de discussão em recente reunião pública do executivo municipal quando a vereadora do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua, questionou a maioria dirigida por Inês de Medeiros. De acordo com a eleita bloquista, o vice-presidente da Câmara, João Couvaneiro, admitiu “existirem divergências” com a empresa que fornece as cantinas escolares e que esses diferendos “podem resultar em sanções futuras.” Mais tarde, em resposta por escrito, igualmente citado pelo Público, a Câmara Municipal de Almada reconhece que tem havido várias “ocorrências” e explica que os problemas decorrem da falta de pessoal da empresa concessionária. “Nesta fase do arranque do ano lectivo – diz o comunicado –, e por se verificar um número considerado elevado de ocorrências, foi realizada reunião com toda a equipa responsável da Uniself para avaliação da execução do contrato e sinalização dos incumprimentos, designadamente a nível da colocação de pessoal. A flutuação do pessoal foi justificada pela empresa pela dificuldade em fixar os recursos humanos, que abandonam o seu posto de trabalho, o que gera a entrada de novos recursos”, refere a nota da autarquia. Na mesma nota à imprensa, a câmara informa que a Autoridade Veterinária Municipal está a averiguar o cumprimento das condições contratuais, estando em “curso a retoma da recolha de colheitas e amostras pelo Instituto Ricardo Jorge (IRJ), garantindo que “se existir algum incumprimento do caderno de encargos procederá de acordo com as penalidades e demais procedimentos previstos.”

Recorde-se que as queixas sobre o serviço prestado pela Uniself não são novas, pois a empresa fora já notícia por, no dia 2 de Novembro do ano passado, ter servido refeições com alimentos crus em 15 escolas de Palmela, num total de cerca de 800 alunos, na altura tendo atribuído essa ocorrência a uma falha no forno da cozinha onde são confeccionadas as refeições.

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Jornal da Associação Gandaia

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