Greve à Limpeza
Contra os novos horários criados pela Câmara de Almada, os trabalhadores da limpeza do concelho paralisam na quinta e sexta-feira, concentrando-se em piquete de greve em frente aos estaleiros municipais.
A decisão de se reunirem em protesto no Vale Figueira Parque, na Sobreda, e em cinco secções de varredura espalhadas pelo concelho, desde as 22:30 de quarta-feira até às 14:00 de sexta-feira, foi decidida no plenário realizado esta semana, disse à agência Lusa Pedro Rebelo, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL). Segundo o sindicalista, esta atitude dos trabalhadores contra a decisão do executivo dirigido por Inês de Medeiros (que acrescenta um turno ao horário diário dos funcionários da limpeza urbana, responsáveis pela varredura e corte de ervas, assim como aos trabalhadores da recolha urbana), deve-se ao grande descontentamento pela “imposição” de novos turnos, pois “um dia e meio antes da greve” foram os referidos horários afixados nos locais de trabalho, mesmo sem estarem validados “pela vereadora nem pelos Recursos Humanos, apenas com a assinatura do director de departamento”, o que, diz Rebelo, é “nitidamente uma atitude para ver se desmobilizam os trabalhadores.”
Ainda a semana passada, em comunicado, a Câmara de Almada informou que, após pedido da autarquia, o Tribunal Arbitral decretou que sejam realizados serviços mínimos para os dois dias de greve, o que garante “20 por cento do número total de efectivos” de serviço. Este pedido ao tribunal deve-se, de acordo com o comunicado municipal, ao “impacto total previsto de 55 horas (das 22:30 do dia 12 às 05:30 do dia 15)”, por ser Verão e por abranger o feriado municipal de Lisboa, sendo previsível, afirma o executivo camarário, “grande afluência às praias, a Cacilhas, ao Cristo Rei e à zona velha da cidade.”