Mais Barracas no Torrão?

A denúncia é feita por Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, em entrevista à Renascença. No entanto, quer a autarca de Almada quer o Presidente da Comissão de Moradores, contestam.

A presidente da autarquia de Almada, Inês Medeiros mostra-se surpreendida com as declarações, afirmando não ter dados relativos aos últimos três meses. “Estamos a fazer esse levantamento, não tenho dados ainda para poder dizer se houve, quantos houve e qual é que é o perfil sociológico das pessoas que estão a recorrer àquela habitação ultra precária”, explicou.

A autarca admite, no entanto, ser “evidente que a subida das rendas nos últimos dois, três anos” levou à procura de habitação precária e declara que “o Segundo Torrão é uma das grandes preocupações”.

Segundo Inês Medeiros, sempre que se consegue realojar alguém é demolida uma daquelas habitações precárias. “Mas é muito difícil, não conseguimos por ali uma vigilância a 100% e, portanto, normalmente, assim que há uma casa que se liberta, é ocupada por uma nova família.”

A autarca de Almada reitera o seu empenho em “encontrar soluções para resolver o problema e considera fundamental “lançar o máximo possível de empreitadas de reabilitação de casas”, adiantando que já foi criado “um regulamento para habitação social, para poder haver uma distribuição de casas que seja justa e em que os casos mais prioritários possam avançar”.

“Estamos a estabelecer parcerias com o IHRU, parcerias a vários níveis, já adquirimos várias casas para aumentar a nossa oferta, mas todas elas ficam ocupadas quase imediatamente, porque temos uma lista de espera para habitação enorme, que já vem de há vários anos”, acrescenta.

Sem avançar números concretos sobre a lista de espera para uma habitação, Inês Medeiros adianta, no entanto, que são “vários milhares”.

Comissão de Moradores também nega

O presidente da Associação de Moradores do Bairro do Segundo Torrão, na freguesia da Trafaria, Almada, garante que não estão a ser construídas barracas, devido à pandemia da Covid-19.

“O bairro não está a aumentar. Não há casas de aumento. Não há novas construções. As casas, aqui, estão devidamente numeradas, através de um número camarário, e não há aumento”, garante o presidente da Associação de Moradores.

Segundo Paulo Silva, “o que pode haver é troca e cedência de casas”. “O morador que lá está vai-se embora e cede a casa um familiar e nada mais. O aumento é que pode estar lá um casal e depois vir um casal com dois ou três filhos”, explica.

Também “está a acontecer o alargamento de casas pelo morador, porque tem mais um filho, porque o filho casou-se e teve um filho. E é lógico, as casas são pequenas e, então, as pessoas têm aquela tendência de fazer um primeiro andar, para receber os seus filhos e a sua nora e o seu neto”, acrescenta.

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Jornal da Associação Gandaia

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