Nan Goldin: Fim da Violência Contra as Mulheres

Nan Goldin, nascida em Boston, nos E.U.A, a 13 de Setembro de 1953, é reconhecida internacionalmente como uma das mais importantes fotógrafas da actualidade.

Goldin fotografa a partir da sua vivência, captando, com mestria e sensibilidade, a magia e o pathos, que enforma a sua história de vida.

Em 1978, ruma a Nova Iorque, onde se envolve no movimento pós-punk. A sua câmara regista a vivência de grupos homossexuais, transexuais, travestis, bem como de prostitutas.São imagens do quotidiano, de rara sensibilidade, que celebram a vida e a morte daqueles que fazem parte da sua existência, como no caso singular em que acompanhou vitimas da Sida, fotografando-as até à morte.

Nan Goldin torna pública a intimidade dos amigos ao captar-lhes a imagem. Se na sua extensa obra encontramos muitos auto-retratos, em Nan, one month after being battered, de 1984, é a sua própria intimidade que é exposta. Sem constrangimentos, a autora dá-nos a ver seu próprio rosto, visão da dor, de uma alma ferida, um mês após ter sido agredida pelo companheiro.

Esta imagem reflecte-se no olhar de quem a olha – uma visão brutal, que interpela e perturba o espectador.

Rapidamente, este auto-retrato deixa de ser apenas testemunho e torna-se símbolo. Símbolo de todas as mulheres de violentadas e agredidas pelos companheiros que, ao longo dos séculos, têm sido remetidas ao silêncio; ao silêncio da inteimidade, com a qual Nan Goldin rompe, numa gritante mudez plasmada em imagem.

T.S.

 

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