O que mudava na Costa da Caparica?

João Joanaz de Melo
Professor universitário, presidente do GEOTA

Começo por dizer o que não mudava: o mar, as praias, as esplanadas e passeios à beira-mar, a arriba fóssil, a vivência quotidiana de vila de província, a riqueza de uma comunidade heterogénea, piscatória, agrícola, turística, estudantil.
Mudava o sistema de transportes: concretizava a prometida extensão até à Costa do Metro Sul do Tejo; criava ciclovias nas principais avenidas; duplicava a linha do Transpraia; tornava tarifado o estacionamento à beira da praia, para financiar os transportes alternativos ao automóvel.
Criava o Parque Natural da Costa da Caparica, englobando a paisagem protegida e sítios da Rede Natura adjacentes, promovendo melhor protecção das dunas e matas e um valioso mercado de ecoturismo.
Gostava de ver a Costa como destino turístico, não só de “sol e mar” mas multifacetado: acolhimento de visitantes com qualidade, oferecendo mais sombras e actividades alternativas; apostava nos estágios desportivos e nos desportos de natureza; recriava um parque aquático e criava o prometido centro desportivo, com campo de futebol e piscina, junto à futura estação intermodal. Apostava num alojamento turístico de qualidade, diferente, integrado na urbe tradicional e na natureza; e não na hotelaria e imobiliário convencionais e no pseudo-campismo, que não promovem qualquer desenvolvimento.
Sonho ver a Costa como cidade universitária e cultural, com um centro de conferências e espectáculos, atractiva para o turismo científico e para os estudantes do Campus da Caparica da UNL.

Publicado originalmente no Público em Agosto de 2011.

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