O arqueólogo subaquático Alexandre Monteiro fez estudo preliminar do achado | (REINALDO RODRIGUES/GLOBAL IMAGENS

Património Submerso

O arqueólogo subaquático Alexandre Monteiro fez estudo preliminar do achado | (REINALDO RODRIGUES/GLOBAL IMAGENS

A Direção Geral do Património Cultural (DGPC) está a avaliar os achados dos dois naufrágios no Tejo que lhe foram comunicados a 20 de Outubro, bem como a sua primeira avaliação científica por uma equipa coordenada pelo arqueólogo subaquático Alexandre Monteiro, “para eventual proposta ulterior das ações necessárias à sua salvaguarda e conservação”.

A informação foi prestada ao Diário de Notícias pela DGPC, na sequência da notícia “Achado de naufrágio no Tejo, “único no mundo, pode estar em risco””, publicada também no DN na última sexta-feira (1 de dezembro de 2017).

A descoberta dos dois navios, um provavelmente do século XVII, o outro anterior ao século XIX, e com características “únicas no mundo”, segundo Alexandre Monteiro, foi feita a 19 de Outubro por dois mariscadores profissionais, Sandro Pinto e Pedro Patacas, que decidiram contactar Alexandre Monteiro, e que, logo a 20 de Outubro, comunicaram o achado à DGPC. Na primeira avaliação no local, cujo relatório também foi remetido à DGPC, o arqueólogo e a sua equipa confirmaram a importância desta descoberta.

Num dos casos, o navio naufragado – o que é anterior ao século XIX e que ficou designado como Tejo B – está num “estado de preservação incrível, e com uma carga única de centenas de barris”, cujo conteúdo é ainda um mistério, a exigir um estudo.

O seu estado de preservação indica que o navio esteve sepultado nas areias durante séculos e que só recentemente, por qualquer motivo, ficou destapado. Mas isso implica também que no local onde se encontra afundado, entre a Trafaria e o Bugio, a uma profundidade entre sete e nove metros, está sujeito a tempestades que podem dispersar os barris e destruir o navio e a sua carga. Por isso Alexandre Monteiro afirmava ao DN, no artigo publicado na sexta-feira, ser necessário “um estudo urgente para perceber a dinâmica do local” e para se “saber o que se faz, se se tapa, se põem sacos de areia”, sendo que “é a DGPC que tem de fazer alguma coisa”

Tal como a lei prevê, os autores do achado comunicaram-no no prazo de 48 horas, a 20 de Outubro, à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que tem agora até 20 de janeiro para concluir um processo de avaliação e classificação dos dois locais dos naufrágios e, eventualmente, fazer a sua preservação. A DGPC confirmou agora que esse processo está em curso.

A equipa de Alexandre Monteiro está, entretanto, a preparar a publicação do primeiro artigo científico sobre o duplo achado, o que ocorrerá já em janeiro, na revista Al-Madan, que é editada pelo Centro de Arqueologia de Almada.

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