Quarentena

Já há alguns dias que estou retido em casa, só com pequenas saídas, para mexer um pouco as pernas e ir comprar alimentos e jornais, isto deixa-me num estado porque nunca passei na vida, e a minha já é longa.

Como é estranho estar assim e olhar a rua, quase vazia, sem ruídos, com aquele silêncio ensurdecedor, sem sentir um mal estar constante.

Passou mais de um mês, e já em fins de Maio, algo mudou. O ruído do silêncio, ensurdecedor, já terminou. Já há alguma vida nas ruas e as lojas, os restaurantes e as esplanadas já estão abertas. Comecei a respirar melhor e a sentir a vida pulsar de uma forma tão diferente.

Encontros inesperados deram-me muita felicidade e muita alegria. Um deles foi, já ao cair da tarde do dia 27 de Maio, o rever o meu grande amigo e companheiro dos forcados de Montemor Pedro Caixinha, que já não via há alguns anos. Um abraço, bem apertado, selou este encontro de saudade. A última vez que nos tínhamos encontrado, foi em Serpa, no famoso Zé Lebrinha, onde parámos para jantar, já há alguns anos. Tinha-mos ido aos campos andaluzes de Sevilha, ver um curro de toiros, da histórica ganadaria de Pablo Romero, agora Partido da Resina, que viriam a ser lidados em Montemor-o-Novo. Sem nada combinado o Pedro foi de Beja a Serpa e lá nos encontrámos no nosso querido Alentejo.

O Pedro ligado ao futebol como treinador está neste momento em descanso e a passar uns dias de férias, com a sua família, no apartamento que tem na rua dos Pescadores.

Foi um fim de tarde que me deu uma alegria que me fazia muita falta.

As coisas inesperadas, quando são agradáveis, fazem-me bem nesta Vida que nem sempre é só de alegrias.

António José Zuzarte, Costa da Caparica, 27 de Maio de 2020.

One thought on “Quarentena

  • 29 de Maio, 2020 at 10:38
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    O reencontro de amigos, quando acontece, é uma explosão de alegria, de prazer!
    Abraços, amigo.
    Reinaldo

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