Texuga à Espera

TEXUGANa Texuga à nossa espera…

Como já vai sendo hábito meu, vou dar noticia de mais um almoço do Augusto. Há perto de 30 anos que se realizam estes almoços para juntar aqueles que frequentavam o Café do Augusto, na rua Rodrigo da Fonseca, em Lisboa. Gente amiga, que hoje convive, e recorda a sua juventude, quando andava por esse local já desaparecido…

O almoço, um por ano, é oferecido por um dos caminhantes desta Vida, que já mais velhos e cansados, procuram esse dia para matar saudades e se reverem…o de 2015 tinha sido perto de Borba, nesse Alentejo das nossas memórias, e foi oferecido pelo Zé Letras…agora foi o José Polignac Mascarenhas de Barros, na sua Quinta da Texuga, em Aveiras, ali pertinho de Azambuja. Tinha sido ele o organizador do primeiro almoço, há já perto de 30 anos, e voltou de novo a reiniciar o ciclo, neste local paradisíaco, entre sobreiros e pinheiros, e uma cerrada mata de eucaliptos, nesta sua quinta do Ribatejo, tão cheia de recordações…No magnifico almoço deste 30 de Abril, num agradável dia de Primavera, estiveram cerca de 40 Amigos que, mais uma vez, passaram a tarde a recordar, recordar sempre, um passado comum que os juntou, ainda no inicio das suas Vidas, naquele local, já desaparecido, da Lisboa antiga.

O anfitrião foi forcado no Grupo de Montemor, no meu tempo de “cabo”, e dizia-me que não conservava fotos desse tempo, em que sobre os ombros sentíamos a jaqueta de ramagens, rubra da cor do sangue do toiro, pois o dinheiro era pouco, as fotos caras, e ele encaminhava-o para beber algumas cervejas entre os amigos…eu tenho algumas fotos dele que prometo irei preparar para lhe oferecer. Nunca foi pegador de caras mas era ajuda, muitas vezes primeiro, mas sempre dando o melhor de si para que o conjunto alentejano triunfasse.

Na foto que ilustra esta crónica lá está ele, de boné aos quadrados e óculos escuros, no topo da mesa, entre o Chico Mira e o sempre presente João Cortes e ainda, em primeiro plano o Gil Mendia. Durante o almoço comemos e bebemos mas, principalmente conversámos muito, razão primeira para estes convívios..a Saudade, esta palavra tão portuguesa, que não me canso de escrever, começa logo que saímos dos portões da Quinta, a pensarmos já, que no encontro do ano seguinte, podemos de novo abraçar e Viver, Viver, os anos que ainda nos restam, e desejar, que daqui a muitos anos, o Zé Polignac está na Texuga à nossa espera.

 

António José Zuzarte, Costa da Caparica, 31 de Maio de 2016.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Pin It on Pinterest