Turismo de Luxo ou de Lixo?

Lixo no Mirador dos Capuchos

Desde o Mirador dos Capuchos, até ao centro da cidade, o lixo inunda as nossas ruas e o ritmo da sua recolha é claramente insuficiente. Há quantos anos estão os cidadãos a chamar a atenção das autoridades, sem ver soluções?

Por vezes, como aconteceu com os contentores de lixo que estão junto da Casa da Coroa (ou o seu sítio) foram arranjadas as suas bases e o passeio onde deviam estar implantados. Recorde-se que estamos a falar na artéria mais central e antiga da nossa cidade, a Rua dos Pescadores. Porém, será este o local indicado para implantar contentores de lixo e um ecoponto?

Não vimos este sistema aplicado no centro de Almada, pelo contrário, foi escolhido um sistema que esconde o recipiente e o lixo.

A rebentar…

Pelo menos, podiam fazer a recolha de forma a não estarmos perante estas situações que a imagem da esquerda mostra. O ecoponto para vidro, quase rebenta.

Sem rumo…

Para não falar da montanha de lixo que se vai amontoando ao fim  da tarde nos contentores de lixo.

Para não falar no caos de estacionamento que ninguém controla, e para não falar no trânsito automóvel na Rua dos Pescadores, que deveria de ser proibido, mas, a começar pela própria GNR e pelo Guarda Noturno, cada vez se vêem mais carros a circular. Ou estacionados onde não deviam, com0 a foto da direita demonstra.

Infelizmente, este problema é do centro da cidade no seu conjunto. Como se pode ver na foto abaixo, os contentores e ecoponto situados junto ao Largo da Liberdade, em frente a um dos dois supermercados da cidade, estão como a foto demonstra.

Além do fato de haver ainda vários contentores de lixo enormes, bem no centro da Praça da Liberdade, talvez para abrir o apetite a quem deseje provar os nossos hamburgers, que já cá estavam antes da famosa marca franchisada americana.

Quando é que iremos ver realmente consagrada na prática a natureza turística da Costa da Caparica? Como se pode conceber nesta situação um hotel de 5 estrelas?

Lixo no centro: Cartão de Boas Vindas?

Notícias da Gandaia

Jornal da Associação Gandaia

6 thoughts on “Turismo de Luxo ou de Lixo?

  • 11 de Julho, 2012 at 21:16
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    Sendo o turismo a minha área de formação, compreendo ainda mais esta realidade. Aliás, a Costa tem sim na minha opinião uma vertente excursionista e nunca turística.
    A imagem disto é a entrada da Costa, “magnifica” visão para o “turista” quando chega a esta “bela cidade”. Basta apenas que eles vejam as fotos do Oceano (aliás magistralmente criada pela natureza), sim porque os Homens desta cidade/conselho não são capazes de realçar a mesma em terra. Nem tudo é mau, mas, no seu todo é péssimo.
    Só consigo entender o porquê devido à localização geográfica desta “cidade”. Turismo de qualidade na Costa? Na minha opinião nunca terá.
    Coloquemos a vertente “turística” em equação com a pirâmide de Maslow. Senhor presidente da Junta e senhora presidente da Câmara, a higiene é a base desta pirâmide, quanto mais chegar a um turismo de qualidade.
    O paradoxo é constactar que se está a gastar milhares de euros num projecto de turismo e depois não há dinheiro para limpar “o chão” onde os turistas irão passar.
    Apenas tenho de dar os parabéns ao sector privado. Muito fazem por esta Costa. Sem este sector o que seria desta “cidade”.
    Não esquecendo a Gandaia.
    Tenho vergonha da Costa. Você tem?

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    • 12 de Julho, 2012 at 10:55
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      Vergonha não tenho. Tenho a ilusão, pelo menos, de estar a contribuir para uma Costa diferente, na minha opinião, melhor.
      Sinto a mesma perplexidade com essas incoerências, especialmente com o funcionamento e resultados do CostaPolis, que devia ter sido o instrumento de intervenção que todos (incluindo a Junta e a Câmara) esperavam. Porém, deu no que se vê.
      Na minha opinião não é justo atribuir as culpas à Junta e à Câmara. Mas é essencial exigir-lhes mais e melhor.
      A verdade é que os caparicanos participaram muito pouco no processo. Ainda hoje não há consensos.
      Cai-se muito facilmente na crítica ao Polis, mas sem esse instrumento que se sobrepõe às diversas instituições com jurisdição no terreno: Defesa, Capitania, Ambiente, Autarquias, Obras Públicas, Transportes, APL, Mar e Pescas, Turismo e por aí fora, voltamos a não ter forma de intervir, tal como no passado.
      Refere muito bem a entrada na Costa e também o lixo. Não falámos na segurança, que também é essencial. Falta claramente essa abordagem turística global. Falta essa abordagem ser assumida por todos e não da forma intermitente, às vezes errante ou mesmo contraditória, como construir um depósito de contentores na Trafaria e acabar com a ligação a Belém.
      Uma vez que a sua formação é de turismo, não quer fazer um artigo sobre um Plano de Desenvolvimento Turístico da nossa terra? Teriamos o maior prazer em publicar.

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      • 12 de Julho, 2012 at 20:24
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        Gostaria de saber com quem estou a dialogar.
        Atenção ao contexto do assunto. Todo o meu texto é baseado apenas no turismo.
        Até porque na ideia geral a Câmara M. de Almada é em muitos aspectos, um exemplo para muitas Câmaras dos pais. E todos sabemos que os recursos da Junta são reduzidos e precários.
        Tenho uma visão contrária ao Sr. (?), pois a Costa apenas mudou algo devido ao programa Polis. Se foi bem ou mal feito, todos nós temos praticamente a mesma avaliação. No entanto, realço que apenas que foi devido à mesma intervenção que a Costa conseguiu estar um pouco mais apresentável. Todos nós podemos constactar este facto.
        Tenho trinta e quatro anos e a morar perto dos Capuchos, a Costa que conheço apenas está diferente graças ao Polis. A única obra relevante que me lembro foi de taparem a vala de esgoto que atravessava a cidade à muiiiito tempo.
        Existem aldeias na Costa Vicentina melhor preparadas do que a cidade da Costa.
        A Câmara nunca se preocupou profundamente com o turismo. A Costa esteve praticamente “igual” durante estes 30 anos. Pode-se criar um imenso leque de oferta turística de baixo custo e com resultados muito interessantes em termos de impactos sócio culturais no conselho. Obviamente, para não mencionar o multiplicador turístico nos diversos sectores económicos do conselho.
        A dado momento refere, “voltamos a não ter forma de intervir, tal como no passado.” Isto são apenas desculpas de quem nada quer fazer. As vontades de mudar algo levaram por exemplo ao conselho de Óbidos a ser um exemplo para qualquer conselho. As sinergias existentes são as mesmas. Então qual o verdadeiro motivo?
        A ignorância perante o fenómeno turístico leva as pessoas a aceitarem estas desculpas de forma leviana.
        O que falta? Menos lóbis, mais vontade, mais qualidade e dar a oportunidade aos “filhos da terra”. Estou farto de diálogos que mais parecem monólogos e que no final não dá em nada. Apenas serve de argumento de que se está a fazer algo no sentido de. Pura demagogia politica. Estou farto de hipocrisias politicas e de cadernos eleitorais. Estou farto de ser politicamente correcto.
        Quando afirmo que tenho vergonha da Costa, obviamente é em termos turísticos. Quem lida diariamente com pessoas de todo o mundo e absorve todas as críticas, sabe destrinçar uma visão macro de uma visão micro. Para terminar apenas levanto uma questão, existe um projecto de desenvolvimento turismo para a Costa desde 2008, sabem o seu conteúdo?
        Quanto à sua questão a cerca de um plano de desenvolvimento turístico, tenho um feito desde 2010 mas já está desactualizado. Posso sim fazer um artigo intrínseco e esmiuçar o Turismo na Costa. Mas atenção, eu sou um crítico voraz do que foi feito neste conselho, ou seja, do que não foi feito e que é a base de qualquer cidade com uma vertente turística. No caso de estarem interessados terei todo o gosto. Temos os mesmos objectivos, o melhor para a “nossa” cidade.
        Termino apenas mencionando, que a noção de Turismo não se resume apenas a: mar, areal, unidades hoteleiras, restauração, bares e discotecas.

        Estimados cumprimentos,
        Renato.

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        • 13 de Julho, 2012 at 11:21
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          Chamo-me Ricardo Salomão e sou o Coordenador do Notícias. Está explícito no “Quem Somos”, mas é natural que não tenha reparado.
          Antes de mais, quando refere a ignorância como justificação para a aceitação geral do que considera inaceitável, pelo menos no meu caso, é verdade. Realmente não conheço mais de turismo do que a minha experiência como turista. No entanto, mesmo esse reduzido conhecimento é suficiente para constatar que algo está errado aqui na Costa.
          Pessoalmente, não me atrai o caminho de encontrar culpados, mas sim o de identificar problemas e propor soluções, ou formas de as encontrar. Na minha modesta opinião, somos sempre todos culpados, uns porque fazem e outros porque deixam fazer.
          O que me parece fundamental é que pessoas como o Renato Romão, que têm uma reflexão construída sobre esta situação, a possam apresentar à comunidade, incluindo aos decisores, permitindo assim o enriquecimento de todos e uma relação mais profunda e responsável com a realidade.
          Conheço um estudo de desenvolvimento turístico do Concelho, mas nenhum sobre a Costa especificamente. Será possível partilhar?
          Reforço a oferta – o pedido – de colaboração: É muito, muito importante que as opiniões com substância venham a público e sejam consideradas.

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          • 13 de Julho, 2012 at 14:58
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            Concordo plenamente com a sua opinião.
            É fundamental nesta conjuntura centrar as “vontades” no futuro, criar, desenvolver e esculpir o presente.
            Uma atitude que seja contrária ao que menciona não interessa à Costa.
            Peço desculpa, pois não me expressei da melhor forma. O projecto que menciono é de facto do conselho, apenas realcei parte do mesmo em que está em ênfase a Costa.
            Caro Ricardo Salomão, aceito o “desafio/pedido”. Terei todo o gosto. Com o compromisso de ser construtivo, objectivo, pertinente e esclarecedor.
            A ignorância é tão natura quanto a nossa existência. Todos nós somos ignorantes em muitas áreas. No máximo, tentamos o senso comum e algum conhecimento.

  • 8 de Julho, 2012 at 10:51
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    Há muitos, muitos anos atrás, a R. dos pescadores e o próprio centro da Costa eram locais apetecíveis onde ao fim da tarde sabia bem saborear uma cerveja ou um gelado e observar os passantes que se dirigiam para a, ou da praia. São tempos passados! Hoje a dita Rua dos Pescadores transpira mau gosto e falta de qualidade desde o pavimento que foi sempre horroroso e agora está decrépito, às lojas de quinquilharias e inutilidades e ao comércio ambulante que é uma extensão do anteriormente referido. A falta de esplanadas abertas que antigamente davam à rua o ambiente descontraído desapareceram ou foram ocupadas por escaparates e toda a parafernália de plásticos, penduricalhos, e trapos de gosto duvidoso. Quando se muda alguma coisa deveria ser para melhor e tal não foi o caso da Rua dos pescadores nem do largo do mercado. Estas artérias perderam totalmente o seu encanto depois da demolição do antigo café papo-seco, depois de se ter tonado nos armazéns conde barão e de no largo da Costa as esplanadas e o cinema de suma-pau (saudades), ter dado lugar aquela massa de betão e a mais um centro-comercial provinciano que teve o mesmo destino de outros mais antigos hoje transformados em bazares chineses e indianos. Para que isto tenha acontecido, certamente houve interesses instalados que o permitiram e que lucraram com a infeliz mudança e é nisso que ninguém questiona. Quem foi ou é o responsável por estas aberrações? Quem meteu dinheiro indevidamente ao bolso para permitir a construção das ditas aberrações? Onde estão os estudos de impacto ambiental? Mais, quem deu ordem e porquê para cortarem as arvores na praça do mercado? Alguém se anda a safar muito bem na corruptíssima republica.

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