800 Milhões para Innovation District
Innovation District, assim mesmo, em inglês, é “uma cidade gigante com habitação, comércio e serviços, resultado de um investimento de 800 milhões de euros por parte de várias empresas”, que vai acrescentar ao Monte da Caparica e à zona envolvente de Porto Brandão “400 hectares de novas ‘ideias’ e ‘inovações’, que contribuirão ainda para a criação de 17 mil postos de trabalho.”
Na verdade, com maior exactidão, são 399 hectares que, num futuro próximo, “vão ganhar uma nova vida.” O projecto inclui 110 hectares de zonas verdes, pelo menos um milhar de novas habitações destinadas – esperam os promotores – a 4.500 novos habitantes –, mais 250 mil metros quadrados para “actividades económicas, 86 mil metros quadrados de infra-estruturas turísticas – entre as quais unidades hoteleiras e museus – e residências de estudantes e coliving.”
Será uma “cidade moderna, inclusiva e sustentável”, numa área “18 por cento superior à zona de intervenção da Expo98”, explicou José Ferreira Machado, vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, num webinar de apresentação do projecto na passada terça-feira. “Não será um dormitório, nem uma zona onde meramente se vai, nem um simples parque empresarial. Será uma cidade inclusiva, onde as pessoas querem e conseguem trabalhar”, afirmou, acrescentando que “as primeiras pedras serão lançadas brevemente” e que tudo isto será possível graças a um investimento de 800 milhões de euros por parte da Universidade Nova de Lisboa e de um conjunto de proprietários e investidores daquela zona, entre os quais a Cordialequation, a Rustik Puzzle, a SOSTATE, a Maia e Pereira, a Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, a Emerging Ocean, a Rio Capital, a Orbisribalta e a Fundação Serra Henriques.
No mesmo webinar, o vice-reitor da Nova sublinhou que nestes 800 milhões de euros “não estão previstos investimentos públicos. Não há dinheiro dos contribuintes. Na esmagadora maioria é dinheiro de privados”, disse, notando, no entanto, que este é “um projecto que se vai desenvolver gradualmente, ao longo de muitos, muitos anos. Dez anos é um período de tempo confortável para começarmos a ver a fruição deste investimento”, conclui.
A intenção é que o Innovation District conjugue “um estilo de vida único e sustentável numa nova geografia de inovação e de conhecimento tecnológico”, lê-se no comunicado enviado pelos promotores às redacções, que vai trazer “uma nova centralidade” à Área Metropolitana de Lisboa, permitindo a criação de 17 mil postos de trabalho, apenas numa primeira fase. “Pretende ainda tornar-se, enquanto espaço de inovação, atractivo para empresas e pessoas”, para além de ser um “projecto focado em criar uma comunidade criativa, diversificada, energética e sustentável, inspirada por uma melhor qualidade de vida.”