Homenagem a Amália e a David
No ano do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, a Associação Gandaia promoveu Uma gravação de um videoclip com a participação de inúmeros residentes da nossa região.
Filmado por Gonçalo Ferreira e com direção musical de Nuno Ramos, diversos cantores partilharam a letra de David Mourão-Ferreira, interpretando a famosa canção Barco Negro.
A Homenagem a Amália Rodrigues insere-se, naturalmente, no centenário do seu nascimento. A escolha deste tema, porém, visa homenagear igualmente o poeta português David Mourão-Ferreira que viveu nos Capuchos vários anos, tendo lá desenvolvido relações artísticas com diversos criadores.
Por outro lado, esta canção tem história, a qual nunca deve ser esquecida, especialmente nos tempos que correm, em que alguns querem “apagar” aspetos históricos e factuais, nomeadamente dos 48 anos de ditadura.
A verdade é que Barco Negro é uma versão portuguesa do grande êxito brasileiro Mãe Preta, de Piratine (Antônio Amábile) e Caco Velho (Matheus Nunes). Porém, o texto original foi proibido em Portugal e David Mourão-Ferreira escreveu outro texto, excelente, mas completamente diferente. No texto português a tragédia do pescador substituiu a tragédia da exploração e do racismo.
Esta versão foi elaborada especialmente para umas cena do filme francês “Las Amants du Tage”, de 1953, realizado por Henri Verneuil. Na cena em, questão, protagonizada por Amália Rodrigues, “Barco Negro” é cantado perante o público. Depois disto, já se sabe, a canção teve um sucesso internacional retumbante.
Em 1978, recuperada a liberdade e esquecida a censura, Amália Rodrigues gravou “Mãe preta”.
Pode ver a versão original de 1943 cantada pelo Conjunto Tocantins, numa toada brasileira (CLIQUE AQUI PARA VER) ou, num registo fadista, interpretado por Maria da Conceição (CLIQUE PARA VER).
Na nossa versão, temos a participação de dois grupos, o Coro Gandaia e as Batucadeiras das Terras da Costa, e, por ordem de entrada, Josephine Lucassen, Aida Rodrigues, Inês Lopes, Irene Martins, Mariama Baldé, Gonçalo Ferreira (o realizador), João Rodrigues, Helena Marques, Nuno Ramos (direção musical, arranjos), Ying, António Álvaro, Jairo Mozart, Mafalda Forjó, Ricardo Aires, Filomena Batista, Cristina Barros e Vitória.