“Ahua”: Cortiça potencia o “surf”


Para a prática de “bodysurf” uma empresa da Caparica criou o “handplane” em cortiça, invenção que visa melhorar o controlo de movimentos na onda.

Há muito tempo que, para as ondas californianas, brasileiras, havaianas e australianas, o “bodysurf”, em que a prancha é o próprio corpo do praticante, não é um estranho. Mas, em Portugal ainda é. Daí que a recém-constituida Ahua, empresa que opera no mercado do surf, vá aproveitar o Verão para apresentar e promover a modalidade que, em relação ao surf, “mais gente se sente capaz de praticar”. A garantia é dada por Nuno Mesquita, arquitecto, surfista e, por isso, criador da Ahua – Surf Within.

Embora o corpo seja o “instrumento” de base no “bodysurf”, os praticantes que procuram melhores performances usam os “handplanes”, umas pranchas pequenas que permitem “maior controlo da onda e elevam a prática ao nível de desporto”. O que a Ahua pretende trazer de inovação à modalidade é o material com que os seus “handplanes” são feitos. A cortiça nacional torna estes modelos únicos no mundo e fornece-lhes características especiais que têm suscitado o interesse dos países onde a modalidade é comum.

“Crowdfunding” e Poliempreende decisivos

A empresa da Costa de Caparica produz, ainda, as alaias, pranchas de surf “mágicas” (ver caixa), afirma o empreendedor, feitas manualmente e ao gosto do cliente em paulownia, uma madeira oriunda da Ásia. Trata-se de produtos que o promotor da empresa, de 33 anos, testa no mar. Foi, aliás, um vídeo de surf com alaias – que um outro surfista lhe enviou – que esteve na origem da Ahua.

Quando viu pela primeira vez estas pranchas lisas de madeira procurou no mercado nacional. Como não encontrou nada, pensou: “É a minha deixa.” Apaixonado pelas ondas, o empreendedor usou os conhecimentos que tinha enquanto arquitecto e pôs-se a desenhar e a trabalhar sobre os materiais. Após um período de experimentação, começou a fazê-las e a receber comentários “positivos”. Graças a estes estímulos, fundou a Ahua com uma amiga de longa data que assegura a gestão dos números da empresa.

Ana Correia que desafiou o amigo a concorrer ao concurso Poliempreende 8. Venceram a etapa regional, o que lhes valeu um prémio monetário e a incubação no Madan Parque. O financiamento necessário, cerca de seis mil euros, chegou, essencialmente, deste prémio e de uma campanha de “crowdfunding” na plataforma nacional massivemov.com.

A garantia de que os produtos são “bons investimentos porque podem acompanhar o proprietário uma vida inteira e envelhecerão com classe” é deixada por Nuno Mesquita. Daí que considere os preços (ver caixa) competitivos com os praticados por marcas concorrentes. Nuno Mesquita salienta o facto de os produtos Ahua terem “um elevado custo de produção que advém da selecção de materiais nobres e de tecnologia de ponta para a produção”.

Por outro lado, “o facto de ser um projecto muito recente e de apresentar um produto novo no mercado tem como consequência que ainda não possam beneficiar de uma diminuição do custo de produção por via de economias de escala”. Também por ser inovador, os custos com publicidade, promoção e divulgação são ainda “bastante elevados”. O empreendedor espera, no médio prazo, consiguir alterar estas condições.

Veja o artigo completo no Jornal de Negócios.

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