Combate à Pandemia: Almada, a Poupada
Entre as sete maiores autarquias da Área Metropolitana de Lisboa (AML), Almada foi a que menos gastou em medidas de combate à pandemia, revelou este fim-de-semana uma investigação do Expresso.
Desde o início da pandemia, de acordo com os dados fornecidos pela câmara aquele semanário, o esforço pedido pela presidente Inês de Medeiros ao orçamento municipal não representou, em 2020, mais de 1,5 por cento, ou seja, 2, 2 milhões de euros, isto é, 12,4 euros por habitante do concelho. “Segundo os dados cedidos ao Expresso, do total de 142,7 milhões de orçamento que a autarquia dispunha em 2020, só 2,2 milhões foram dedicados aos impactos da pandemia, sendo a maior parte destinada à área da Educação e apoio escolar.”
A mesma investigação “a sete das maiores [autarquias da AML] – Almada, Amadora, Cascais, Lisboa, Loures, Oeiras e Sintra – mostra diferenças significativas: a capital foi a câmara que, em números absolutos, mais verbas aplicou no combate à pandemia (77,7 milhões de euros), mas não a que cedeu a maior fatia do seu orçamento em 2020 para este fim. Sintra e Cascais registaram o maior esforço orçamental. Almada o pior.”
“Ao todo – prossegue o artigo assinado pela jornalista Rosa Pedroso Lima –, Cascais gastou em 2020 um total de 25,8 milhões de euros no combate à covid, ou seja 8,2 por cento do total do orçamento municipal para esse ano”, que incluiu o investimento numa fábrica de máscaras. Esforço orçamental idêntico só mesmo na Câmara Municipal de Sintra”, onde, como em Cascais, “as despesas com saúde levaram a maior fatia do orçamento”, principalmente na “compra de equipamento hospitalar diverso e no financiamento da construção de “uma nova unidade no [Hospital] Amadora-Sintra, totalmente dedicada à assistência covid.”
Já Loures “dedicou dois terços do orçamento para a luta pandémica às áreas do apoio social e da saúde. A constituição de equipas multidisciplinares, tanto para o rastreio de casos como para o apoio aos lares de idosos foram duas das múltiplas tarefas assumidas pela câmara, a que se juntam a distribuição de máscaras e de equipamentos de protecção individual (pela população, lares e estabelecimentos de saúde)”, além da compra de 15 ventiladores para o Hospital Beatriz Ângelo.
Em jeito de comparação acrescenta-se que, diz o Expresso, o município de Oeiras gastou 10,8 milhões de euros, isto é, 4,6 por cento do orçamentado, enquanto a autarquia da Amadora retirou 6,2 por cento aos 97,4 milhões do orçamento de 2020.