Consultas de adultos da Trafaria passam para Costa de Caparica
O Centro de Saúde da Trafaria, em Almada, vai perder as consultas de adultos, adiantou à agência Lusa a presidente da Junta de Freguesia, a socialista Francisca Parreira. A Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) já confirmou que vai concentrar recursos na Costa de Caparica.
“Surgiu um rumor de que o CS da Trafaria ia encerrar. Encetei contactos e falei com o responsável do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada/Seixal que me disse que, devido a uma reorganização de serviços, mantinham o planeamento familiar, a neonatologia e a enfermagem, mas que o serviço de consultas para adultos seria deslocalizado para a Costa de Caparica”, disse Francisca Parreira. A presidente da Junta da Trafaria informou ainda que reuniu de imediato com a Comissão de Utentes, criticando o facto de a decisão ter sido tomada sem terem sido consultados os órgãos de poder local, o que chegou mesmo a motivar um protesto junto à instalações do Centro de Saúde.
“Apenas nos disseram que um médico seria deslocalizado uma ou duas vezes por semana para atender crianças ou grávidas. Esta decisão causa muitos problemas, em especial aos idosos, que têm dificuldades financeiras e de mobilidade e são obrigados a ir para a Costa de Caparica”, salientou a responsável.
Fonte oficial da ARS de Lisboa e Vale do Tejo adiantou à Lusa que na Trafaria estão inscritos 5.634 utentes, para dois médicos, enquanto na Costa de Caparica estão inscritos 13.346 utentes, também para dois médicos colocados, referindo que a distância entre ambas as localidades é inferior a cinco quilómetros.
“Tendo em conta estes números, e até a abertura de novo concurso de colocação de médicos especialistas de Medicina Geral e Familiar (MGF) que minimize o problema, o ACES Almada/Seixal decidiu concentrar os recursos na unidade de saúde que apresenta estruturas físicas mais adequadas”, referiu a mesma fonte.
Segundo a ARS LVT, vai ficar ainda assegurado o atendimento de proximidade dos grupos vulneráveis de cada uma das duas unidades nos programas de saúde infantil, saúde materna, vacinação e visitação domiciliária, permitindo ainda “uma maior equidade no acesso aos cuidados de saúde da população da Costa da Caparica e da Trafaria”.
“Futuramente e procurando cativar os futuros especialistas de MGF, procurar-se-á criar uma unidade de saúde familiar que englobe as duas unidades, redefinindo a estratégia agora adoptada”, acrescentou a referida fonte.
Veja o artigo original clicando aqui