Sobre a Apreensão de Pescado pela U.C.C.
O Notícias da Gandaia recebeu este comunicado da APX que reproduz na íntegra:
“A Associaçao Portuguesa de Arte-Xávega, face ao ocorrido em 24/11/13, na Praia de Mira, vem solicitar sejam esclarecidas públicamente algumas das questões que levaram á apreensão de pescado supostamente com o pretexto de fuga à lota, pela U.C.C. (Unidade de Controlo Costeiro), uma vez que, como se tornou hábito, a referida U.C.C., não deixará de enviar para a comunicação social, uma fotografia da garbosa apreensão, não esclarecendo quem quer que seja das razões e motivos que levaram a que esta situação se verificasse.
Como representante da Associação Portuguesa de Arte-Xávega, cabe-me pronunciar sobre algumas questões e mau grado ter que o fazer, responder a algumas afirmações que se me afiguram infelizes de um Sr. 2º Sargento da U.C.C. de nome Ricardo Peixoto, que parece ter problemas com o facto da Arte-Xávega se ter modernizado e usar tratores para o exercício da actividade da pesca. Gostava de lembrar que o uso de animais para o exercício desta actividade e o uso das “cirgas” à cintura dos pescadores para puxar os aparelhos são condenados e combatidos pelos defensores dos direitos dos animais e pelos defensores da dignidade humana.
De verdade a U.C.C. tambem se modernizou, porque já não actua a cavalo, bicicleta ou até mesmo apeada. Agora dispõe de viaturas modernas, algumas bem identificadas e outras descaracterizadas que certamente estarão autorizadas legalmente a acederem ao litoral costeiro sempre que o considerem necessário, não cometendo qualquer crime ambiental.
Referindo-me concretamente à apreensão, queria recordar à U.C.C. que o pescado esteve dentro do Posto de Vendagem da Docapesca da Praia de Mira para ser
transacionado. Dado o desinteresse dos compradores.em adquirir o pescado porque agora vivemos nesta pouca vergonha, o proprietário do pescado vendo o suor dos pescadores ter que ir pelo mar abaixo decidiu vendê-lo no exterior directamente aos populares da zona,(não havia turistas).
É fácil para a U.C.C. dizer que o pescado poderia ser transportado para a lota de Aveiro, contudo esquecem-se que além de ser Domingo, todos os dias nessa mesma lota vão toneladas de carapau para o lixo.
Dizer aos pescadores que antes de irem para o mar, já deviam ter escoamento para o que pescarem é uma brincadeira de mau gosto. Daqui a nada já sabemos os numeros do Euromilhões antes do sorteio…fácil é falar.
Postas estas questões, gostaríamos de lembrar que não somos contra a U.C.C., nem com a acção fiscalizadora própria de sua actividade, mas todos, nas nossas actividades, devemos fazer aquilo para que estamos vocacionados.
Acho que se impunha em muitas ocasiões fosse usado algum bom-senso para a resolução dos problemas que surgem e não uma actuação cega e indiscriminada que penaliza afinal quem ainda trabalha e produz alguma riqueza de que todos nós beneficiamos.
Para terminar, faço um apelo aos nossos Governantes e Legisladores, para que parem um bocadinho para olhar e pensar no que nos está a acontecer…(deitamos carapau para o lixo, vendemos o carapau a 0,10 cêntimos e nos mercados nacionais bem como nos hipermercados é comercializado a 2, 3€ o quilo), e a nós se não puder-mos produzir alguma riqueza para este País nada nos resta senão viver-mos da riqueza que este Pais não tem… “