“Ir a banhos”
O Museu da Cidade, equipamento da Câmara Municipal de Almada, encontra-se a preparar uma nova exposição temporária intitulada “Ir a banhos” cuja data prevista de inauguração será no início de Maio. Esta exposição retratará as vivências associadas à praia no concelho de Almada, desde o uso balnear nas pequenas praias ribeirinhas da Mutela, Margueira e Alfeite (séc. XIX), à primeira colónia balnear da Trafaria (décadas de 1900/10/20), com referência à Cova do Vapor- década de 1940/50 e depois à “descoberta” da Costa de Caparica, com os seus quilómetros de praia contínua, que se tornou numa das mais importantes praias portuguesas a partir de 1925.
Esta exposição terá como o maior núcleo (em termos de conteúdos e de espaço) a Costa da Caparica. Pretende-se fazer referência a dois grupos sociais distintos – os “banhistas” e a população autóctone-e dar uma leitura sobre as alterações socioeconómicas e culturais que o turismo balnear influiu sobre esta população de pescadores e agricultores. Pretendemos uma abordagem até à actualidade, mas, museologicamente, a grande baliza será o final da década de 1970 com a grande massificação das praias da Costa como destino balnear da população média, ativa, da Área Metropolitana de Lisboa e o fim de uma época (associado à implementação, ainda que parcial, de algumas premissas do Plano de Urbanização da Costa de Caparica, da autoria de Faria da Costa, ao fim do Café Costa Nova, do complexo d´o Ninho em Santo António, a massificação dos parques de campismo e a questão do ordenamento deste território).
Por outro lado, tendo em conta a iconografia e o imaginário associado aos “banhistas”, essas elites mais urbanas e cosmopolitas que consigo levavam para a praia novos costumes e estilos de vida, materializados nas roupas, adereços e hábitos estamos a efectuar um levantamento de cartazes e imagens publicitárias referentes à Costa e a algumas marcas de produtos associados à praia (Nívea, Ambre Soleil, Bronzaline,…), objectos de praia (brinquedos, fatos de banho, …), assim como um levantamento na imprensa da época (com destaque para o jornal “Praia do Sol”).
A Gandaia, associa-se a esta iniciativa e, a pedido do Museu, solicita a tosos os seus leitores a melhor colaboração neste projeto, nomeadamente:
Neste sentido, assumindo a dinâmica da vossa associação e a transversalidade com a população residente solicitávamos a vossa colaboração nalgumas linhas de investigação de conteúdos que estão em curso para preparação desta exposição, nomeadamente na identificação de objectos (potenciais peças) relacionados com as praias, os concessionários e socorros a náufragos ou a algum restaurante/café emblemático (como o antigo “Carolina do Aires”.