Resultados Eleitorais

presidenciais2016Muito bem. Toda a gente já sabe que o Professor Marcelo é o novo Presidente eleito, que ganhou na Costa da Caparica e também em Almada.

Proponho olhar um pouco melhor para estes resultados.

Antes de mais, os números de que poucos falam, mas que já em eleições anteriores tive oportunidade de referir: votos brancos e nulos. Na minha opinião, este é o protesto mais claro contra o sistema. Cidadãos que se dão ao trabalho de irem até à urna, depositarem o seu voto em branco, ou anulado. Pois nestas eleições houve poucos. Muito poucos: 43 em branco e 44 nulos, ou seja, exatamente somando 1,5%. Nas legislativas de outubro foram 110 em branco (1,65%) e 72 (1,08%) nulos. Pior, nas autárquicas de 2013, para a Assembleia de Freguesia: 158 em branco (3,30%) e 167 nulos (3,48%). No total dos resultados na Costa para o Município: 198 (4,13%) em branco e 162 (3,38%) nulos.

Como se pode ver,  nestas Presidenciais houve muito menor incidência deste fenómeno. Pode ser que estes eleitores tenham decidido participar, se tivermos em conta as autárquicas (maior abstenção), ou que tenham decidido esquecer de vez, se tivermos em conta as legislativas de outubro (menor abstenção).

Sim, a abstenção, que foi inferior a 50% (votaram 50,09% – 5808 votantes),  maior, se compararmos às eleições Legislativas de outubro passado, em que votaram 57,82% – 6672 votantes. Curiosamente, em apenas três meses apareceram mais 49 eleitores. Porém, se compararmos com as últimas eleições autárquicas, há apenas 2 anos (e 4 meses) em que estavam registados 11318 (crescemos 277 eleitores), a abstenção atingiu números estranhos (Assembleia de Freguesia), especialmente para a proximidade que as autárquicas relevam: apenas 42,35% votaram – 4793 eleitores.

Analisando os votos do vencedor, que teve 2658 (46,46%) pode-se concluir que o seu eleitorado foi muito para além dos votos dos partidos que apoiavam a sua candidatura, pois a PàF teve apenas 2134 votos (31,97%) não sendo sequer vencedora na freguesia. Por sua vez, o PS teve 2273 (34,05%) enquanto que Sampaio da Nóvoa obteve 1585 (27,7%) e MAria de Belém apenas 216 (3,78%). Nem juntos conseguiriam bater o candidato vencedor.

Por sua vez, Marisa Matias, cá pelo burgo, não conseguiu a sua mágica. Ela obteve 637 votos (11,13%) enquanto que o Bloco obteve 780 (11,68%) nas legislativas de outubro. Relativamente ás Presidenciais de 2011, não há comparação possível, Manuel Alegre obteve 975 votos (21,18%) mas era apoiado pelo PS. Se compararmos este resultado com as Presidenciais de 2006, os resultados de Francisco Louçã, 369 votos (6,05%) sofreram o desgaste de Manuel Alegre, então não apoiado pelo PS que, curiosamente, teve mais votos contra Soares e sem o apoio do PS 1321 votos (21,67%).

Confirma-se, também na nossa freguesia, o mau resultado de Edgar Silva: apenas 294 (5,14%), que comparados com os resultados de Francisco Lopes em 2011, 433 votos (9,4%), ou Jerónimo de Sousa, em 2006 (747, 12,26%) ganham maior realce.

Depois de tantos números, as conclusões são, afinal, fáceis de tirar. Desde logo a transversalidade de Marcelo, capitalizando anos e anos de exposição mediática, além dos seus dotes inegáveis de comunicador.

Porém, outra conclusão inevitável e contrária ao que ouve e lê por aí, é que os eleitores votam (e não votam) conforme a situação e as candidaturas. Não há o “eleitorado deste partido”. Por muito que custe a alguns, é preciso mais do que uma bandeira para ganhar eleições.

 

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