A Situação do Desemprego
O desemprego é no momento atual uma das realidades com que nos confrontamos que maior impacto tem na nossa vida colectiva pela desregulação nos vinculos sociais e familiares que causa, pelo desperdicio de recursos que representa para a sociedade e ainda pelos custos que a todos impõe. Poucos poderão afirmar não terem alguém na situação de desempregado no seu círculo de pessoas próximas.
Fieis ao nosso objetivo de disponibilizar informação tão próxima quanto possivel da vida local e quotidiana, apresentamos agora estatísticas do mercado de trabalho (incluindo população ativa, desemprego, emprego e população inativa) para os concelhos do Arco Ribeirinho Sul do Tejo (ARS), que engloba os concelhos de Almada, Seixal, Barreiro, Montijo, Moita e Alcochete.
Como a informação disponibilizada pelos diversos organismos estatais competentes na contabilização do desemprego não é consistente entre si quer pelo uso de diferentes metodologias de recolha de dados, quer pelo recurso a conceitos diversos para o mesmo tema, quer ainda pela publicação da informação com diferentes regularidades (trimestral e mensal), optamos por apresentar as duas fontes que disponibilzam este tipo de dados, a saber o Instituto Nacional de Estatística (INE) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Em termos gerais a grande diferença destas duas abordagem decorre de por um lado as estatísticas do IEFP contabilizarem unicamente as pessoas que ativamente procuram alterar a sua situação no mercado de trabalho pela inscrição do seu nome nos centros de emprego, com a vantagem de se tratar duma contagem do universo da população, enquanto a abordagem publicada pelo INE se baseia em inquéritos de amostras da população e consequente inferência para a população, sendo que engloba não só os indivíduos que procuram ativamente emprego mas também os que desistiram de o fazer.
A somar a estes aspetos refira-se ainda que o IEFP disponibiliza estatísticas mensais para todos os concelhos e regiões do país enquanto o INE apenas publica informação trimestral para o país e para as sete regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Sul, Açores e Madeira). Para ultrapassar a diferença nas abordagens dos dados, optamos, no caso da informação disponibilizada pelo INE, por extrapolar para cada concelho do ARS os valores da região de Lisboa e Vale do Tejo utilizando como ponderador o peso de cada concelho na região nas diversas variáveis disponibilizadas pelo IEFP.
Finalmente no que se refere às estimativas para a população ativa ventilados pelas categorias, sexo e idade por trimestre, não disponíveis ao nível de concelho nas bases de dados do INE, recorremos à metodologia proposta pelos investigadores brasileiros Madeira e Simões para projeções e estimativas intercensitárias da população.