Alberto Chaíça: o Campeão
Para os mais novos, Alberto Chaiça foi o último grande atleta masculino de meio fundo e fundo da geração de ouro do atletismo Português e tem Carlos Lopes como ídolo e referência.
Começou no atletismo algures entre os oito e os nove anos, como iniciado, só pelo divertimento e sem qualquer influência ou interferência familiar. A primeira competição de que guarda recordação é o Troféu Cidade de Almada, teria os seus 13 anos. A treinar a sério só começou já em sénior. Competiu em todas as provas oficiais do fundo e meio-fundo, dos 800 aos 10.000 metros, em pista. Nos 20 quilómetros, na meia maratona e na maratona em estrada e, também, no corta-mato. Foi na maratona, a sua prova de eleição, que as suas capacidades de atleta extraordinário mais se revelaram.
Ao longo da sua carreira, representou o Sport União Caparica, Sport Almada e Figueirinhas, Grupo Desportivo e Cultural de Almada, Beira-Mar Atlético Clube de Almada, Maratona Clube de Portugal e o Clube Conforlimpa, onde terminou a sua carreira na alta competição. Em 1997 chegou à selecção nacional e venceu colectivamente a Taça dos Campeões Europeus de Estrada, feito que repetiria em 1998 e 1999, ano em que somou à vitória colectiva a vitória individual. Em 2000, recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Desportivo da Câmara Municipal de Almada. Em 2003 venceu colectivamente o Campeonato da Europa de Meia Maratona, tendo individualmente obtido o segundo lugar.
Como pontos altos da sua carreira destaca o quarto lugar na Maratona dos Campeonatos Mundiais de 2003, realizados em Paris, onde obteve o seu recorde pessoal de 2h 09’25”, o terceiro lugar colectivo nos mundiais de corta-mato de 1999 (foi a última vez que uma selecção europeia obteve um lugar no pódio) e o oitavo lugar na prova da maratona nos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004 – sendo o segundo melhor atleta masculino português de sempre na prova desde a medalha de ouro de Carlos Lopes.
Das muitas situações caricatas por que passou durante a sua carreira, recorda um dos primeiros treinos com o seu treinador de sempre, Américo Brito, quando, questionado por ele, não soube responder qual era o comprimento da pista… sabia que era grande, mas o comprimento exacto não. Para Alberto Chaíça o futuro do meio-fundo e fundo Nacionais com alguma inquietação e culpa os actuais dirigentes federativos pela falta de apoio e incentivo a jovens atletas.
Afastado da alta competição, continua a correr com os amigos só pelo prazer do desporto tendo corrido, em finais de Abril, a Milha Alberto Chaíça.