Andorinhões Regressam
Voltaram os andorinhões a riscar os céus da nossa terra.
Uma nova Primavera se abre agora verdadeiramente. Não é só o sol e o calor e a promessa do adiantar da hora. É toda a natureza que cumpre o seu ciclo e nós com ela, que dela fazemos parte.
Recordamos as nossas palavras do ano passado com a esperança que para o ano possamos repetir. Que bom sinal!
Porquê? Porque é isto notícia se acontece sempre por esta altura, todos os anos, desde tempos que já ninguém se recorda?
Por isso mesmo. Porque é uma promessa de renovação, porque é um símbolo de que tudo encontra o seu fim, mas também o seu regresso, o renascimento. Porque nos mostra a nós, meros mortais, pequenos na nossa unidade, pequenos na nossa finitude, que os grandes ciclos em que nos inserimos, a que obedecemos, da vida, da morte, mas também do renascimento, pois eles existem e estão bem à vista. Podemos até tocar-lhes.
Talvez aquele andorinhão nesta foto não seja o indivíduo da foto do ano passado. Talvez.
Mas os andorinhões voltaram. Se não os mesmos, são os seus filhos, netos, bisnetos. Para o ano posso não ser eu a dar esta notícia, mas algum de nós dará por isso, alguém ficará feliz por os ver, de novo, a riscar os céus do amanhecer. Alguém sussurará com deleite: as andorinhas chegaram…
E tudo volta a acontecer! E esta, volta a ser notícia…
As andorinhas (e os andorinhões) com os seus voos ondulantes e graciosos são os verdadeiros arautos da Primavera, de um novo ciclo da vida. Por isso, sejam bem-vindas!