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Nuno Matias, candidato do PSD à Câmara de Almada, tem muitas dúvidas sobre a forma como está a ser gerido pelo autarquia comunista o festival de música Sol da Caparica. Por isso, escreveu uma carta aberta a Jerónimo de Sousa, pedindo-lhe explicações.
“Sabia que este deve ser o único festival de música em Portugal que dá prejuízo? Sabia que este festival custa à Câmara de Almada 1,3 milhões de euros e dá um prejuízo de mais de 744 mil euros? Aquilo que devia ser um evento que tinha como objetivo divulgar as fabulosas praias da Costa da Caparica e onde as mais-valias deviam ser utilizadas para investir nas condições daquela terra, transformou-se num sorvedouro de dinheiro público. Acha bem?”, pergunta o social-democrata a Jerónimo de Sousa.
Nuno Matias recorda que o PSD foi um dos partidos que esteve na origem da ideia de realizar o festival, mas questiona a gestão que está a ser feita do evento e que, além de causar prejuízos à Câmara de Almada, estará a ser feita sem concursos públicos.
“Cada uma das despesas apresentadas é inferior a 75.000€, ficando assim fora da obrigação de concurso. Acha que é transparente? Acha mesmo que os seus autarcas, com esta decisão, parecem ter gerido com seriedade este processo?”, pergunta Matias, que têm dúvidas sobre a escolha da empresa que realiza o festival.
“Foi contratada, ainda hoje não foi explicado como e porquê, uma empresa unipessoal, para organizar este evento. Sabe que, só em 2014, foram pagos a essa empresa 73.000€? E em 2015, mais 74.965€? (Em 2016, não foi dada informação oficial…) O que tem a dizer sobre esta contratação o Secretário-Geral do PCP que tanto exige seriedade, mas depois tem estes seus autarcas a decidirem este tipo de despesas desta forma, no mínimo, pouco transparente?”, lê-se na carta que estabelece mesmo uma relação entre o Sol da Caparica e a Festa do Avante.
Matias escreve que “algumas das bandas ou músicos contratados nas três edições do Festival foram também presença na Festa do Avante”, aponta o candidato do PSD que tem dúvidas “do ponto de vista ético” sobre estas decisões.
“É fundamental que também o senhor enquanto Secretário-Geral do PCP, à luz da afirmação ética que tantas vezes o ouvi proferir, exija publicamente aos seus autarcas que esclareçam tudo pois “à mulher de César não basta ser séria”.”, frisa Matias, dirigindo-se a Jerónimo.
“Espero que o Secretário-Geral do PCP seja o primeiro a contribuir para este esclarecimento completo e cabal. Em nome da verdade e da seriedade”, diz Nuno Matias, que acha que a deslocação a Almada de Jerónimo para apresentar os seus candidatos autárquicos amanhã será uma boa ocasião para um “esclarecimento público” sobre esta matéria.