Caparica Descontente
Segundo a Agência Lusa, o presidente cessante da Câmara de Almada, Joaquim Judas, admitiu esta terça feira que o descontentamento das populações da Charneca e Costa da Caparica pode estar na origem da derrota da CDU, considerando que o PS “não estava preparado” para vencer.
“A Charneca da Caparica é uma área onde há intervenções de grande significado que estão a decorrer. É o caso da escola primária, que já teve início, das intervenções na Avenida do Mar e da Estrada Nacional 377. As pessoas podem ter entendido que aquelas obras já deviam estar concluídas e, por isso, poderão ter decidido mudar o sentido de voto”, disse à agência Lusa Joaquim Judas, salientando que algumas destas obras foram adiadas para não interferirem com a época balnear.
“Em relação à Costa da Caparica, depois do abandono do programa Polis, fez-se este ano aquilo que nunca se fez em termos de investimento, mas a junta de freguesia, do PS, conseguiu capitalizar esses investimentos, que na esmagadora maioria dos casos correspondem a um esforço muito grande do município”, acrescentou o autarca da CDU.
Segundo Joaquim Judas, as mudanças que se verificaram em termos de votos no concelho de Almada, liderado desde sempre pela CDU, ocorreram fundamentalmente na Charneca da Caparica e na Costa da Caparica.
O autarca, que há quatro anos sucedeu a Maria Emília de Sousa e que vai agora ser sucedido por Inês de Medeiros, do PS, alertou para o que considerou ser a “impreparação” da equipa socialista que venceu as eleições autárquicas no concelho de Almada (distrito de Setúbal).
“Há uma enorme preocupação que nos chega de todos os lados, do movimento associativo, de particulares, sobre a grande impreparação que esta equipa do Partido Socialista revela em relação às responsabilidades de que vai ser investida”, disse.
No seu entender, o PS “não estava preparado para que isto acontecesse”, para mais quando há matérias de “enorme responsabilidade” em curso, como os projetos para a Margueira e o Ginjal e da Frente Atlântica
Joaquim Judas afirmou-se ainda convicto de que, tendo em conta “a experiência e a capacidade demonstrada ao longo de anos”, os almadenses vão reconhecer brevemente que a “CDU terá de voltar a assumir responsabilidades maiores no concelho” e considerou prematuro dizer se vai continuar no executivo apenas como vereador.
De acordo com os resultados finais disponíveis na página oficial do escrutínio, gerida pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve no concelho 38,21% dos votos (quatro eleitos), a CDU 30,81% (também quatro), o PSD 14,07% (dois) e o BE 9,63% (um), o que significa que a oposição está em maioria.