Capturar, Esterilizar, Recolocar
Onde há Gato não há Rato, é assim que foi baptizada a associação que, desde há cinco anos, faz esterilizações a gatos de rua, em Almada, evitando a sobrepopulação destes animais, assunto que ganhou importância com a entrada em vigor da lei que proíbe o abate dos animais nos canis municipais.
“Nós não somos contra nem queremos acabar com os gatos de rua. Nós queremos é controlar esta sobrepopulação”, explicou à agência Lusa uma das fundadoras e presidente da direcção desta associação sem fins lucrativos, Lurdes Soares, a propósito do projecto Capturar, Esterilizar e Recolocar (CEI), iniciativa com o apoio da Câmara Municipal de Almada, projecto que nasce do abandono de animais, pois “uma colónia de gatos controlada e esterilizada é equilibrada, importante para o ecossistema e para as pessoas, afasta pragas de baratas, de ratos e é possível viver em harmonia”. Com a colaboração do Canil Municipal e de outros veterinários do concelho, por mês, a Onde há Gato não há Rato consegue esterilizar e devolver ao seu território “entre 30 a 40 animais”.
Desde 2013 que a associação se dedica a este trabalho em Almada, mas, segundo Lurdes Soares, é preciso fazer mais porque a sobrepopulação de gatos de rua se tem agravado com o abandono de animais. “Nós encontramos muitos animais abandonados e são prioritários. O grande descontrolo vem daí e não das colónias” de gatos vadios, explicou. No Centro de Acolhimento Temporário mantido pela associação, encontram-se quase 100 gatos, dos quais mais de metade são animais abandonados. O que é um novo problema, disse Lurdes Soares à agência Lusa, pois o espaço da associação está a tornar-se pequeno. “Temos aqui três vezes mais animais do que os que devíamos ter”, lamentou a presidente da associação que, apesar de reconhecer o contributo da autarquia através da cedência do espaço e das esterilizações gratuitas, defendeu que a Câmara “tem que ter um centro oficial de recolha, um gatil”.