Casas Caras, Salários Baixos
Os dados revelados pela Pordata no dia de S. João mostram que quem vive em Almada ganha menos e paga mais pela habitação do que o resto do país.
Entre os vários indicadores salta a vista que os trabalhadores do concelho de Almada ganham, em média, 1118 euros mensais, um valor que se situa ligeiramente abaixo da média nacional, que se encontra nos 1167 euros. Contudo, os gastos dos almadenses com a habitação são muito superiores aos do resto dos portugueses, já que, em 2018, o metro quadrado para a compra de casa em Almada fixou-se em 1569 euros, enquanto que em Portugal (com as excepções de Lisboa e Porto) a média foi de 1192 euros.
O estudo da Pordata revela outros indicadores relativos ao município, comparando 2010 e 2018. De acordo com a análise, nesses oito anos, Almada perdeu cerca de 4500 residentes, totalizando agora 169 070 habitantes, o que, no entanto, não impede a região de ser um dos concelhos com maior densidade populacional do país, registando 2414 pessoas por quilómetro quadrado, quando a média nacional se situa em 111,5 por quilómetro quadrado.
O índice de envelhecimento aumentou, nota o estudo, sendo que o concelho contabiliza 154 idosos por cada 100 jovens, uma proporção alinhada com o resto do país, sendo que para estes valores contribui o facto de, em 2018, terem nascido 1625 crianças, um número bastante abaixo do total de óbitos (2095). Também o número de alunos nas instituições de ensino superior do concelho tem vindo a diminuir. De acordo com a base de dados criada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em 2010 havia 11 280 alunos em Almada, número que, oito anos passados, baixou para 9742. Também o número de beneficiários do rendimento social de inserção (RSI) desceu, passando de 7870, em 2010, para 6390 o ano passado. Por sua vez, os crimes registados pelaa autoridades policiais desceram de 42,8 por mil habitantes para 38,8.
Outros dados agora reunidos mostram que, em 2018, se realizaram 490 espectáculos ao vivo e que a Câmara Municipal de Almada gastou, na área da cultura e do ambiente, uma percentagem de 14 por cento do orçamento, um valor superior ao nacional, que se ficou nos 10,1 por cento. E mostram ainda, entre as várias variáveis incluídas na análise estatística da Pordata, para um grande aumento da mortalidade infantil, que subiu dos 2,1 óbitos por mil, em 2010, para 4,9 em 2018.