CostaPolis Alheia à Costa
As obras no pavimento do Largo das Tábuas suscitaram grande reação junto dos caparicanos.
Ao longo destes anos, se havia dúvidas, todos puderam verificar que a solução encontrada para aquela área, ou seja, de colocação das tábuas, fortes solipas de madeira, que rapidamente se alteraram, retorcendo-se por ação do sol, do sal, da chuva e até do mar. Foi coisa que, como diz o poeta, foi claramente vista. Não se tratando de meras opiniões.
Pior, os nadadores salvadores testemunharam que tinham mais solicitações para resolver entorses e contusões devido às tábuas nos pés dos banhistas do que propriamente por questões derivadas da praia e do mar.
Ora por estas razões, causou estranheza que a sociedade CostaPolis fosse gastar dinheiro na renovação daquela solução que comprovadamente teve efeitos tão negativos. Esperava-se que esses recursos fossem usados a corrigir os erros e não a teimar neles.
Mas foi.
O Notícias da Gandaia, como órgão de informação responsável e atento, comunicou com a CostaPolis para tentar apurar as razões dessa intervenção e desse uso dos dinheiros públicos. Foi esta a mensagem que enviamos:
“Como é do vosso conhecimento, a reposição de algumas solipas no pavimento do largo entre o Tarquínio e o Paraíso – vulgo Largo da Tábua – tem estado a gerar polémica e mesmo oposição de alguns caparicanos, estando já a circular pelo menos uma petição sobre este assunto.
“Como é do vosso conhecimento, sempre houve oposição e críticas sobre esta opção de pavimento, as quais parecem ter razão de ser pelo resultado que se observou, de degradação e de perigosidade pública, facto assinalado pelos nadadores salvadores que afirmam receber mais pedidos de intervenção gerados por lesões nas tábuas do que pela exposição ao sol ou ao mar.
Tendo em consideração esta realidade, nomeadamente, as críticas, a experiência das lesões e a rápida degradação das solipas, porquê investir mais nesta solução, substituindo as tábuas, em vez de mudar de solução?
Estamos certos que existem razões ponderosas para esta vossa intervenção e , como o Notícias da Gandaia irá tratar este assunto na próxima semana (até dia 10) gostaríamos de incluir o vosso racional para esta opção.”
Chegou e passou o dia 10 de setembro, passou o dia 10 de outubro e tivemos o cuidado de recordar a imperial e majestosa CostaPolis da ausência de resposta, solicitando uma resposta até 9 de outubro. Nada.
E pronto, caros caparicanos. Mesmo estando a morrer, mesmo depois de se constatar os erros, depois de se verificar os resultados negativos desses erros, a CostaPolis continua alheia e cheia de si, como se a evidência não estivesse aí para todos verificarem, sem achar que deve corrigir os erros e sem achar que deverá prestar contas, mesmo quando terá as suas razões, como estamos convencidos que as terá.
Triste. Muito triste esta arrogância, muito triste este sentimento de impotência perante a prepotência de quem se diz atuar no interesse público.
