Em noites de insónias…
Os Paraísos…
«Não encontrarás um Paraíso, ou um Jardim das Delícias, mas serás após a morte um reflexo do que foste em vida, uma consequência dos teus actos…Serás aquilo que agarrares sem medo, serás o mal que nunca foste capaz de cometer contra os outros» Paulo Rema in “O coleccionador de palavras”.
Para o Zé o seu jardim , pode ele considerar, mesmo simples e também pequeno, é o seu Paraíso… Há tantos Paraísos na Terra, Paraísos que temos sempre à mão, Paraísos tão diferentes uns dos outros. Uma boa biblioteca para quem goste de ler e de se cultivar, um bom conjunto de músicas para quem adora ouvi-la ,uma bonita foto conseguida num dia afortunado… Um corpo de mulher apaixonada, uma fonte de água pura para correr na nossa garganta ressequida, um Alentejo para ouvir o silêncio, para ver as estrelas e para admirar a lua… Um mar azul com as suas ondas suaves a beijarem a areia… uma boa tertúlia com amigos verdadeiros, não daqueles que batem nas nossas costas para parecerem sê-lo… Enfim, uns são Paraísos efémeros, como os sonhos bons das noites de insónias, outros duram Vidas…
Procurando o oásis…
O vento do deserto / Seco e abafado / Fixou os teus traços / Traços de mulher exótica… / Às dunas onduladas / Aos poentes avermelhados / E às noites enluaradas / Foste buscar as tuas formas / Os teus olhos rasgados / Os teus cabelos negros / O teu corpo sensual / Esguio e vertical… / Sempre te vi assim / Olhando o infinito / Procurando o oásis / Mas não me vendo a mim…
Passa mais devagar…
Na tarde morna deste Outono / Vestida de negro caminhavas / Deixaste o teu deserto / As areias escaldantes / Os oásis verdejantes… / Foram os ventos que te trouxeram / Dessas paragens do Sul / Com aromas a tâmaras maduras / Com sabores adocicados / Como a tua morena pele / Onde o Sol junta sal e mel… / Porque insistes em não olhar / Quando por mim vais passar? / Eu não te esqueço agora / Sonho sempre contigo / Do por do Sol ao nascer da aurora… / Passa mais devagar / Para eu te poder olhar / Para não morrer como castigo / De ter começado a amar…
Realizar o Sonho…
Agradeciam afecto, carinho, a minha partilha… Dos seus olhos húmidos corria uma lágrima. No meu coração conquistaram um lugar… um lugar eterno, que nunca, por nunca, será esquecido. De todas as cores, de todos os lugares do Mundo, tão distantes mas tão próximas, quando nos une a amizade, o amor, a partilha… Era, e será sempre, este o principio da Paz, do Amor, do Sonho, que gostaríamos de ver realizado.
António José Zuzarte, Costa da Caparica, 2014.
M Mais uma peça em que demonstras a tua sensibilidade e sentimentalismo —aliás, não é nenhuma surpresa para mim. Conheço já muitos escritos teus. Agora o que me leva a escrever tão tardiamente:
Em primeiro lugar (a velhice não perdoa….), baralhei-me com o computador e não conseguia que se fixasse aquilo que eu escrevia. A primeira linha “saltava” e nada ficava. Enfim…..inexperiência. Na última msg que me enviaste, fazias uma pergunta sobre uma direcção. Não te mando porque entretanto desapareceu.
Bem…..por agora fico-me por aqui. Tenho esperança que continues a ter paciência com o “velho” e lhe escrevas de vez em quando. Um grande abraço Chaubet