Enfermeiros em Greve
Foi quinta-feira, dia 1 de Agosto, como tinha sido já em Dezembro do ano passado, e, caso a situação se mantenha, será em Setembro que os enfermeiros dos centros de saúde de Almada e do Seixal voltam à greve para que o atendimento complementar, realizado aos fins-de-semana e feriados, passe a ser pago como trabalho extraordinário.
Para o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) o que está em causa é um acto de “discriminação da direcção e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT)”, pois, na área de actuação da ARSLVT, apenas os profissionais destes dois centros de saúde não recebem o serviço prestado aos fins-de-semana e feriados como trabalho extra. Diz o SEP que “tal como acontece nos restantes ACES, os enfermeiros pretendem que o seu período normal de trabalho semanal (35 horas) seja dedicado exclusivamente à actividade assistencial aos seus doentes.” Esta situação, segundo o sindicato, é “incoerente, injusta e discriminatória” e arrasta-se desde Dezembro de 2018.
Ainda de acordo com os representantes dos trabalhadores, Luís Pisco, presidente do conselho directivo da ARSLVT, assumiu, em reunião realizada em 17 de Maio, “que esta situação era incompreensível” e “única”, tendo então garantido que o problema seria ultrapassada quando Alexandre Tomás, novo director do ACES, assumisse funções. No entanto, mais uma vez de acordo com o sindicato, o novo responsável “assumiu uma posição de retrocesso em relação ao seu antecessor, o que agravou a indignação dos enfermeiros das Unidades de Saúde Familiar que estão a ser coagidos a aumentar o seu horário de trabalho para 40 horas, sem qualquer compensação, alegadamente por serem necessárias mais horas assistenciais aos seus utentes.”
O Notícias da Gandaia procurou saber a posição de Alexandre Tomás, director da ACES Almada-Seixal, mas, apesar de várias tentativas, até às 16 horas de quinta-feira, este responsável não encontrou tempo para prestar qualquer esclarecimento.