Festival em Risco
Perante o corte de 110 mil euros por ano proposto pelo júri dos concursos da Direcção-Geral das Artes (D.G.A.), a Companhia de Teatro de Almada (C.T.A.) questiona a realização de mais uma edição, a 35.ª, do mais importante festival de teatro em Portugal, ainda marcado para decorrer entre 4 e 18 de Julho.
Embora seja a mais financiada das estruturas apoiadas pelo Estado, no âmbito do Programa de Apoio Sustentado para o quadriénio 2018-2021, o corte de 110 mil euros/ano, que reduz a verba disponível anualmente a 289 mil euros, diz o director da companhia, Rodrigo Francisco, “põe em causa a realização da próxima edição do Festival de Almada”.
A vaga de contestação aos resultados e as novas verbas acrescentadas ao orçamento da D.G.A. podem ainda alterar a situação. Mas, para já, tidas em conta as consequências que o corte de 110 mil euros poderá ter sobre a temporada, a C.T.A. anunciou que só uma correcção dos resultados do concurso poderá viabilizar a edição 2018 do festival. “Toda a nossa actividade para este ano está apresentada e contratada. A redução no financiamento teria de inevitavelmente de incidir sobre o festival, mas é difícil encaixar um corte de 110 mil euros tão em cima da hora, pelo que é a própria realização do festival que está em causa”, disse Rodrigo Francisco, acrescentando que “não podemos correr o risco de apresentar uma programação que não cumpra os níveis mínimos de qualidade – o Festival de Almada é uma marca que não podemos deixar degradar de forma nenhuma”.