Festival Homenageia Avilez
O encenador Carlos Avilez é o homenageado pelo 36.º Festival de Teatro de Almada, que decorre entre 4 e 18 Julho na capital do concelho, em Lisboa e em Cascais, e que, entre os 38 espectáculos agendados, inclui o regresso ao palco de Maria de Medeiros, além da decerto mais mediática apresentação de Isabelle Huppert dirigida por Robert Wilson em Mary Disse o Que Disse.
O festival será também palco de estreias, como, por exemplo, Se é Isto um Homem, de Primo Levi, que Rogério de Carvalho encena com interpretação de Cláudio da Silva, ou O Sonho, de August Strindberg, dirigido por Carlos Avilez para o seu Teatro Experimental de Cascais. A actriz Maria de Medeiros, por sua vez, vai partilhar o palco do Teatro Municipal Joaquim Benite com Bulle Ogier (com certeza mais conhecida pela sua participação em filmes como O Charme Discreto da Burguesia, de Luis Buñuel, e L’Amour Fou, de Jacques Rivette), interpretando Un Amour Impossible, peça que parte do romance de Christine Angot e tem encenação de Célie Pauthe. Sem esquecer as já anunciadas presenças do encenador Robert Wilson e da atriz Isabelle Huppert com a peça de Darryl Pinckney, o Festival de Almada vai receber ainda a estreia nacional de Macbettu, com direcção de Alessandro Serra, apresentado como “um ‘Macbeth’ em língua sarda” e que foi considerado espectáculo do ano de 2017 pela Associação Nacional de Críticos de Teatro em Itália.
O festival abre portas em 4 de Julho, na Escola D. António da Costa, em Almada, junto ao teatro municipal, com A Boda, de Bertolt Brecht, encenado por Ricardo Aibéo, seguindo-se, nos dias 5, 6 e 7, na Incrível Almadense, Provisional Figures, projecto de Marco Martins com não-atores de Great Yarmouth, no Reino Unido. Múltiplas são as presenças do castelhano no programa do festival, começando com La Partida, de Vero Cendoya, um espectáculo de rua para cinco bailarinas, cinco jogadores de futebol e um árbitro, a partir de textos de Eduardo Galeano, marcado para a Praça São João Baptista no segundo dia de festival, continuando com Rafael Álvarez encenando Ésquilo em Nacimiento y Muerte de la Tragedia, ou a companhia T4, de Buenos Aires, que trás consigo Un Poyo Rojo, e, também da Argentina, a peça País Clandestino, de Maëlle Poésy e Jorge Eiro.
Já o Théâtre de Nîmes, de França, leva à Escola D. António da Costa Franito, uma revisitação do flamenco encenada por Patrice Thibaud, enquanto a companhia Non Nova, de Nantes, apresenta Saison Sèche, peça estreada no Festival de Avignon, o ano passado, com encenação e dramaturgia de Phia Ménard e Jean-Luc Beaujault. Por sua vez, as companhias 1er Temps, de Dakar, e ABC, de Paris, trazem a Almada De Quoi Sommes Nous Faits?!, uma proposta coreográfica de Andréya Ouamba para quatro intérpretes com encenação de Catherine Boskowitz.
O espectáculo de honra deste ano – como de costume escolhido pelo público da edição do ano passado para repetição em 2019 – é Dr. Nest, da companhia alemã Familie Flöz, e vai ser levado à cena no dia 14, na Escola D. António da Costa. Como não podia deixar de ser, o festival vai ainda incluir concertos e uma noite para crianças, na esplanada da Escola D. António da Costa, no dia 9, cursos de formação, exposições e debates.