Festival Polémico

O Festival Sol da Caparica está a gerar cada vez mais polémica.

No passado dia 12 de março o Vereador António Matos (CDU) publicava na sua página de Facebook que o Festival Sol da Caparica tinha sido cancelado.

Escrevia assim: “Notícias acabadas de receber sobre mais uma política cultural deste executivo: “O Festival SOL DA CAPARICA acabou, tal como o conhecíamos. A nova câmara de Almada quer outra coisa que não será a mesma e os directores do festival (que o criaram) estão de fora da nova equação.

Terminou este fim de semana uma consulta prévia para a CMA receber propostas para o Sol da Caparica.

Os diretores e criadores do Festival decidiram por “unanimidade” que esta nova câmara com as condições que oferece não merecia uma proposta séria e profissional ao nível dos outros anos. Querem que o promotor fique com todas as despesas e receitas por sua conta e só dão o espaço, o nome e um apoio de 70 mil para esta aventura e nem sequer participam na limpeza do espaço ou dão quaisquer outros meios. Por obrigação, define apenas que cada dia do festival apresente 6 artistas(!) e uma feira de artesanato! Para além da empresa criadora deste Festival foram convidados para este concurso: Everything, Música no Coração, e Zahir.”

No dia seguinte, 13 de março, numa nota enviada à agência Lusa, a Câmara de Almada afirmava: “O Festival O Sol da Caparica vai realizar-se em 2019. Neste momento encontra-se aberto o procedimento legal tendo em vista a contratação do produtor”. Adiantava ainda que, existem já interessados e que o conceito será mantido.

Entretanto, já na quinta feira 14, a SIC Notícias afirmava que a “Câmara de Almada revelou ter um prejuízo acumulado de perto de cinco milhões de euros com a realização de cinco edições do festival O Sol da Caparica, o que originou a procura de um novo promotor.” Acrescentando: “que, na edição realizada no ano passado, a câmara investiu 1,7 milhões de euros, mas as receitas foram de apenas 765 mil euros, tendo um prejuízo de cerca de 962 mil euros.”

Além disso, a Câmara de Almada salientou que, neste prejuízo não está contabilizado o valor da cedência do espaço para a realização do evento, a cedência de espaços públicos para a promoção do festival, a cedência de escritórios durante todo o ano à empresa organizadora, a cedência de utilização de material informático e de escritório, o consumo de água e luz e, ainda, a utilização de funcionários camarários para montagem, preparação e limpeza do espaço.

Desta forma, o “avultado prejuízo” com a realização do festival foi determinante para que a autarquia decidisse “deixar de assumir integralmente os custos”.

O novo promotor deverá, segundo a Câmara de Almada, gerir a programação, a contratação e montagem de equipamentos, a criação do circuito de sinalética tanto no interior como no exterior do recinto, a criação de serviços criativos para conteúdos editoriais, redes sociais e comunicação, além da responsabilidade em angariar patrocínios e fundos.

“Como contrapartida, a câmara, pela prestação dos serviços objeto do contrato, concederá ao concorrente a utilização da marca “O Sol da Caparica” neste evento, bem como a cedência do espaço para a realização do mesmo, os proveitos de bilhética e ainda procederá ao pagamento de uma quantia que não excederá o valor de 70 mil euros”, indicou.

Apesar da mudança de produtor, o festival vai manter os “princípios associados à marca”, nomeadamente a promoção de música originária dos Países de Língua Oficial Portuguesa.

A Câmara anuncia ainda para breve o lançamento de um prazo para a entrega de propostas.

 

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Jornal da Associação Gandaia

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