Hospital a Rebentar
Está em todas as televisões: horas e horas de espera no Hospital Garcia de Orta.
Claro que para quem vive no concelho de Almada ou no do Seixal, o que estranha é só agora o problema ter este tratamento nacional. Todos já têm a experiência de ficar horas e horas na urgência deste hospital, sem qualquer informação sobre o atraso.
Para nós, já sabemos que as unidades de bombeiros e outros profissionais chamam à urgência do Garcia de Orta, o Tarrafal. Nada disto é novidade.
Porém, o que sabe a provocação é ver os responsáveis do hospital a atribuirem a culpa aos doentes por procurar o hospital em vez dos médicos de família. Procurar os serviços da urgência hospitalar em vez dos Centros de Saúde.
Mas quais? quais médicos de família e quais Centros de Saúde estão disponíveis para a população? Onde? Quando?
Não saberão estes administradores que os Centros têm fechado, uns após os outros? Não sabem que os médicos de família são uma miragem que o sistema acalenta, como se houvesse realmente a mesma cobertura que existia há uns anos, antes do envelhecimento da população multiplicado pela contração sucessiva dos serviços de saúde e das respetivas vagas de dispensa os seus profissionais?
A culpa é nossa porque não ficamos doentes, sossegadamente em casa? Pagando cada vez mais impostos e prescindindo dos nossos direitos?
Mais valia dizer para irmos morrer longe!
Infelizmente sei tudo sobre isso. Desde o dia 19 de Outubro ‘ando’ no Hospital. Já desde o primeiro dia foi me dito que provávelmente tenho o menisco partido, e só antes do natal o médico achou melhor por me na lista de espera para uma Resonância Magnética, que provávelmente só vai ser em Maio…….
Esta semana dirigi me ao Centro de Saúde (onde estou inscrito há mais de 3 anos, mas continuo não ter médico/a atribuido) na esperança poder resolver outra maneira, pedindo ao médico de pedir autorização ao delegado de saúde deste região, poder passar uma credencial. Só assim poderia tentar fazer uma RM noutro sítio, sem ser no Hospital. O médico disse que não pode fazer-lo não sendo especialista em ortopedia e que tb não ia resolver nada, visto que todos os pedidos que tem feito foram negados. Assím as coisas correm neste país……o facto não ter trabalho, nem subsídio não interessa. O facto não poder andar e trabalhar também não. O factor de talvez acabar na rua daqui uns meses também não. Ou se tem dinheiro para pagar tudo no privado ou se tem cunhas…….Se não, uma pessoa pode ficar fora de circulação durante talvez um ano (em quanto o seu estado de saúde vai agravando) Que tristeza!!!!