Lisbon South Bay
Lisbon South Bay promove territórios da margem sul do Tejo em Cannes
Lisbon South Bay, a marca criada pela Baía do Tejo, empresa do universo Parpública, para a promoção internacional dos activos imobiliários do Arco Ribeirinho Sul, foi apresentada pela primeira vez no estrangeiro, no MIPIN, uma das maiores feiras de imobiliário do mundo, que decorre até esta sexta-feira, em Cannes, França.
O pavilhão da marca, que junta a Invest Lisboa, a Baía do Tejo e três municípios da margem sul do Tejo, mostra a localização e as condições dos parques empresariais do Barreiro e do Seixal e, sobretudo, a Cidade da Água, o mega-projecto imobiliário, de 1,2 mil milhões de euros, previsto para os antigos terrenos da Lisnave na Margueira, em Almada.
O projecto, também conhecido como Almada Nascente, tem 630 mil metros quadrados para construção de habitação e serviços, com dois quilómetros de frente de rio, e prevê a edificação de uma marina, um terminal multitransportes, hotéis, lojas e escritórios, além de áreas culturais e de lazer.
O plano da Parpública, que é a dona dos terrenos através da Baia do Tejo, é construir esta nova cidade com dinheiro privado, ao longo de 20 anos, mas, para passar do papel à prática, é necessário encontrar investidores interessados. É isso que a presença portuguesa, que é a maior de sempre em Cannes, procura, investidores estrangeiros, promotores imobiliários ou fundos financeiros imobiliários interessados em comprar os direitos e promover a construção da Cidade da Água.
Os autarcas e a administração da Baía do Tejo mostraram-se satisfeitos com a receptividade que encontraram no MIPIM. “É muito importante ver que há uma atracção cada vez maior por Portugal”, disse o presidente da empresa, que classifica a acção como “um sucesso”, até pelo “sinal de sintonia” entre as entidades da administração central e local que têm competências no processo burocrático de licenciamento e aprovação dos investimentos a realizar.
“Esta é a primeira iniciativa conjunta em que a marca Lisbon South Bay é lançada e faz todo o sentido que seja em Cannes, porque se trata de um dos maiores certames mundiais do género”, defendeu Jacinto Guilherme Pereira.
No mesmo sentido, o director executivo da Invest Lisboa afirma que “era importante que Lisboa voltasse a estar presente nas grandes feiras mundiais de imobiliário” e sublinha que as entidades portuguesas têm de juntar-se para este género de accões de promoção porque os custos são elevados.
“Estas feiras são muito caras, há uma concorrência difícil com outras cidades e regiões que têm muito mais dinheiro para competir”, diz Rui Coelho, acrescentando que os activos que Portugal apresentou em Cannes são “vendáveis, porque têm a marca de Lisboa associada”.
Durante a tarde em que esteve no pavilhão português, o PÚBLICO testemunhou a abordagem de três interessados nos produtos imobiliários em exposição. Um marroquino, que classificou a apresentação que lhe foi feita como “uma oportunidade” para descobrir Almada, Seixal e Barreiro, “áreas importantes”.
Ana Tavares, que representa fundos imobiliários britânicos, e que trabalha no sector há 20 anos e procura “boas oportunidades para investir em Portugal, em hotéis, hospitais ou outras áreas do imobiliário”, considera que os activos na margem sul do Tejo são “interessantes para investimentos de longo prazo”.
Já Yann Tranlong, de Hong Kong, disse procurar “parques temáticos”, declarou que o seu “interesse é Almada” e garantiu que tenciona “contactar com as autoridades [portuguesas] e desenvolver o contacto, no futuro”.
“É urgente que Governo se defina”, dizem autarcas
Os autarcas comunistas dos municípios de Almada, Seixal e Barreiro defendem a necessidade de o Governo de António Costa decidir rapidamente os projectos que consideram estruturantes para a região de Setúbal, como a construção do Terminal de Contentores no Barreiro e o futuro do projecto do Arco Ribeirinho Sul.
“É urgente que o Governo se defina e que haja uma posição do Estado sobre estes projectos, que são os grandes projectos do país neste momento”, disse ao PÚBLICO o presidente da Câmara Municipal de Almada. Joaquim Judas entende que “ainda é cedo para conclusões” de que o executivo PS tenha abandonado estes projectos, mas defende que é necessária uma “afirmação clara de vontade do Governo”.