Mais uma vez… a Rua dos Pescadores

Há pouco mais de um ano e meio, a Câmara Municipal de Almada promoveu a apresentação de uma proposta, embora ainda muito incipiente, para reabilitação da Rua dos Pescadores. Para o efeito organizou uma sessão pública que teve lugar no Posto Municipal de Turismo, situado bem próximo do extremo poente desta artéria. Lembramo-nos que a sessão foi muito concorrida e a sala de auditório foi insuficiente para acolher todos quantos tentaram assistir.

O aspeto que gerou mais polémica foi relativo ao tipo de pavimento a adotar, acabando por ser rejeitada a solução proposta pela Câmara. A população escolheu antes a tradicional calçada portuguesa, decorada com motivos marítimos.

No final da sessão, o Presidente da Câmara, Joaquim Judas, afirmou que a CMA iria utilizar todos os meios para que o desejo de aplicação de calçada portuguesa se concretizasse e que a obra entrasse ainda esse ano (2017) em fase de execução. A verdade é que nem a calçada portuguesa foi aplicada nem sequer essa obra ou qualquer outra chegou, entretanto, a iniciar-se.

Ficamos agora a saber através da entrevista concedida no passado mês de janeiro ao “Notícias da Gandaia” pelo Presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, José Ricardo Martins, que “foi escolhido um piso de grande mobilidade, com durabilidade superior ao normal, permitindo rápida intervenção ao subsolo. O piso propriamente dito é uma espécie de “deck” (?!). (…) Na verdade, ele pode ter a aparência que quisermos, pode parecer relva, madeira ou até calçada à portuguesa. A decisão final do seu aspeto ainda será tomada pela Presidente da Câmara.”

E pronto! A escolha do tipo de pavimento, já tomada, não corresponde ao que foi escolhido pela população. Nem são conhecidos novos dados de ordem técnica que justifiquem esta alteração.

Como “ex-libris” da Costa de Caparica, a Rua dos Pescadores é especialmente acarinhada pela população. Por isso faz todo o sentido que esta tenha conhecimento do andamento deste processo e que possa até dar sugestões quanto ao tipo de desenhos a adotar. Porque ninguém conhece e estima melhor a freguesia do que os seus moradores, é justo que a sua opinião conte.