Médicos vs. CA no Garcia de Orta
Uma dezena de chefes de equipa da Urgência do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e mais 10 (ou 15, de acordo com o Correio da Manhã) médicos internistas demitiram-se em bloco, em carta enviada ao conselho de administração do hospital, divulgou a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) em comunicado enviado quinta-feira às redacções.
De acordo com João Araújo Correia, presidente da SPMI, o protesto dos médicos do Hospital Garcia de Orta deriva da decisão do Conselho de Administração em retirar a Cirurgia Geral do Serviço de Urgência. Para Araújo Correia “é evidente que a decisão levará a um esgotamento ainda maior dos internistas na Urgência, para além de pôr em perigo os doentes do foro cirúrgico, que ficam dispersos numa amálgama de doentes ainda maior.” Por isso, diz o mesmo dirigente, a SPMI espera que o conselho de administração reveja rapidamente a decisão tomada, acrescentando que “esta atitude da Medicina Interna no Hospital Garcia de Orta deve merecer uma atenção especial, porque no Hospital Garcia de Orta a Medicina Interna tem dado provas de enorme capacidade de trabalho e iniciativa, sendo considerada como exemplo no caso da Hospitalização Domiciliária.”
Entretanto, ouvido pela Agência Lusa, o conselho de administração do Garcia de Orta negou ter recebido qualquer pedido de demissão esta quinta-feira (dia 12). “Nenhum director de serviço do HGO se demitiu”, declarou um porta-voz da administração. Porém, uma nota enviado momentos antes das declarações à Lusa, o conselho de administração admitiu ter recebido uma carta assinada por um grupo de chefes de equipa do serviço de Urgência Geral “alertando para alguns problemas internos inerentes” e fazendo “referência à possibilidade de demissão.” De acordo com essa nota, o director clínico do hospital reuniu com o grupo e, nessa reunião, “foram esclarecidas as dúvidas existentes e assumido o compromisso, por parte do CA, de adopção de medidas possíveis, neste momento, para ajudar a resolver as questões e as situações colocadas”, tendo sido marcada uma nova reunião para a “primeira quinzena de Outubro.”