Meia-noite no Terreiro do Paço
Olá amigos espero que tenham deixado no ano velho todas as amarguras e desilusões com que ele vos pode ter presenteado e tenham entrado no novo ano com o vivo desejo de serem mais felizes com projetos novos e renovadas esperanças, foi também esse o meu maior desejo, conseguir abstrair-me de maledicências, pensamentos negativos e viver cada dia como se fosse o meu último neste circulo azul e perfeito chamada TERRA que posso-vos dizer amo com paixão.
Na noite de 31 de dezembro fui para o Terreiro Do Paço assistir ao sempre fascinante Fogo-de-artifício pelo qual nutro um apreço acima da média, Lisboa estava literalmente tomada de assalto por gente de todas as raças e credos numa noite em que a temperatura era de uns míseros 4 graus celsius, era realmente impressionante o elevado número de pessoas que se deslocaram a Lisboa nesta noite.
Fui passeando pelas ruas seculares desta singular e atrativa cidade e mais tarde dirigi-me ao não menos famoso Terreiro do Paço para me deslumbrar com as luzes e sons que o Fogo sempre proporciona.
Eram muitos os encontrões de gente pouco educada e muito apressada sem se deterem nas crianças em carrinhos de mão, ao colo dos pais, ou caminhando vacilantes, nem nas cadeiras de rodas dos que também e apesar do seu estado físico querem apreciar uma noite em que o calendário num segundo muda de ano.
O pior mesmo ainda estava para vir, quando terminou o espetáculo pirotécnico, a multidão começou a querer sair do Terreiro, enquanto outros iam chegando para assistir ao concerto dos Xutos e Pontapés e à boca da Rua Augusta e adjacentes se formou uma multidão compacta que empurrava espremia e comprimia uns e outros, fazendo com que ninguém conseguisse dar um passo, encurralados entre corpos que se contorciam já exasperados, digo-vos que vivi ali naquele momento um segundo ou dois de puro pânico como nunca tinha vivido, a sensação que me acometeu era que eu e os meus acompanhantes seríamos literalmente esmagados sem hipótese de fuga.
Depois de minutos com a respiração suspensa lá conseguimos encontrar uma brecha e respirámos de puro alívio, fazendo eu uma jura a mim própria nunca mais sair de um lugar assim, pejado de gente, sem que a veja dispersar primeiro.
Feliz ano para todos vós com um beijo muito carinhoso.