Metro Vem Mas Não Entra
Tal como se esperava desde as declarações do Ministro Ambiente e da Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, durante a audição promovida pela comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República, tudo indica que o Metro Sul do Tejo irá chegar à Costa da Caparica. Mas não passa daí.
O presidente da Junta de Freguesia da Costa de Caparica, José Ricardo Martins, confirmou tratar-se “de uma posição que visa defender a proteção ambiental”. Adiantou ainda considerar que o mais importante “é fazer algo que leva à diminuição das cargas poluentes, e isso poderá ser conseguido com o metro de superfície a ficar à entrada da vila, fazendo-se depois o transporte para o interior através de um sistema de veículos não poluentes”.
O projeto que a administração de Joaquim Judas na Câmara de Almada defendeu, que incluía o Transpraia fazendo o interface até à Fonte da Telha e pensando até chegar à Trafaria, evitando que o Metro chegasse até à Avenida 1º de Maio, não foi mencionado.
A ampliação da rede do Metro do Sul do Tejo desde a Universidade, na Charneca da Caparica, até à Costa de Caparica, deve ser anunciada nos próximos dias pelo ministro do Ambiente e Ação Climática. Trata-se de uma obra reclamada há vários anos e que representa, para além de um considerável aumento da mobilidade, uma forte aposta em termos ambientais.
O ministro João Matos Fernandes já confirmou que deverá apresentar na Assembleia da República o projeto de expansão da rede o qual contemplará, em termos de construção de via, apenas o alargamento, de cerca de quatro quilómetros, até à Costa de Caparica.
O projeto final para a rede de metropolitano – que quando foi inaugurado já previa não só esta ligação como outras aos concelhos da Moita e Barreiro, além da já realizada até Corroios (Seixal) – não deverá contemplar a construção de mais carris para além dos da Costa. Matos Fernandes disse recentemente que o volume de tráfego não justifica, para já, que sejam construídas outras estações, dando-se antes privilégio à utilização de transportes rodoviários. Prevê-se igualmente que o ministro revele na Assembleia da República quais os prazos de execução da obra, os custos e eventuais comparticipações.
A atual rede do Metro do Sul do Tejo contempla 19 estações. O preço do que já foi construído ultrapassa os 125 milhões de euros. Com três linhas ativas, existe a ideia de levar o comboio elétrico até à Baixa da Banheira (Moita) e até ao Barreiro, intenção essa que, no entanto, está suspensa desde 2008.