O Baile
Julga-se que a dança de salão tem origem na corte de Luis XIV (1638-1715). No entanto dançar foi sempre uma forma de divertimento do povo desde tempos imemoriais.
Conheci esta forma de ligação sensual praticamente desde que vi os primeiros arrojados parceiros a estabelecerem um harmonioso conjunto. Estava na base dos contactos entre homem/mulher sendo a expressão mais evidente da ligação que mais tarde quase sempre viria a comprometer ambos os parceiros, primeiro ela submissa que deixava de ser requisitada no baile e ele machista só mais tarde após a união efectiva, delegada no padre.
Não deixei de cumprir a regra e se bem cedo comecei nessas andanças também rapidamente a descartei. Terei começado pelos 8 anos de idade (cerca de 1952, talvez) e praticamente com a Guiné à porta (1967) encerrei esse capítulo pelo menos da forma mais consequente, pois passei a ser esporádico praticante em festas privadas de família ou amigos.
As sociedades de recreio e as sedes dos clubes eram à época os lugares de eleição para tal prática e tinham fama em função da beleza e outras qualidades das moças da terra que eram assim mais requisitadas pelos forasteiros. Não sei se falhei os bailes de alguma povoação da Margem Sul desde Almada a Sesimbra e Palmela.
Não é difícil descrever de memória a vivência duma qualquer sociedade ou clube onde decorriam os bailes. Os grupos musicais de melhor qualidade eram bastante solicitados e os forasteiros assim os acompanhavam para todo o lado. Os sócios locais tinham entrada gratuita e os forasteiros um pagamento pesado para a época. Quando acontecia alguma moça rejeitar o pretenso dançarino, dizia-se que este levara um cabaço, era terrível para o rapaz ter de voltar para trás, acabando por ser gozado pela plateia.
De uma forma geral havia grandes espelhos laterais onde era possível visar qualquer pessoa por via do espelho sem a olhar directamente. Os espelhos tinham uma função não desprezível pois era por ali que se retocavam os penteados e o resto.
As meninas disponíveis ficavam na primeira fila do quadrado que era o salão e as mães respectivas atrás controlando. As músicas ocorriam em séries de três de modo a permitir as trocas, pois dançar duas séries seguidas com a mesma moça podia ser mau prenúncio para ela (ou bom, conforme as escolhas). Os pares eram marcados antecipadamente com um sinal prévio com a cabeça ou com os olhos a que a moça correspondia igualmente, sinal esse que todos viam, menos às vezes os interessados tal o entusiasmo.
Consoante o grau de confiança no rapaz assim eram permitidas danças mais suaves onde os corpos se uniam, a menos que alguém abusasse e logo a mão esquerda da dama punha o ombro do seu par à distância regulamentar. As mães conforme o seu interesse no rapaz assim faziam olhos distraídos. Para satisfazer o interessa das mães, durante a dança as filhas eram conduzidas perto da fila onde elas se encontravam, mas no corrupio da volta aos quatro cantos da sala, rapidamente eram desviadas para o centro, onde a confusão permitia pequenos devaneios. Mas havia os directores de sala normalmente um membro da organização (a quem nós chamávamos os fiscais de braguilhas) que recomendavam bom senso em qualquer ocasião.
De quando em vez havia as “damas ao bufete” assim denominado porque a música era interrompida e o rapaz tinha de pagar um chocolate ou um bolo, à dama respectiva, que era fornecido e cobrado em plena sala. Com tal operação concluída, lá prosseguia a festa.
Havia também os namorados ”pé de chumbo” que mal sabiam dançar e por isso ficavam, junto do Bar ou da mesa de Bilhar, deixando a namorada dançar com um amigo. Tive de fazer de amigo em várias ocasiões.
Entretanto começaram a acontecer os “assaltos”, que consistiam em juntar um grupo de jovens, por norma com tantos rapazes como raparigas e depois de se combinar em casa de quem ia decorrer a festa, obviamente com o consentimento dos pais donos da casa, cada um levava o seu doce, sandes ou bebidas e assim decorria uma amenizada festa pelas tardes de domingo. Muito pares já prévios e os atrevimentos do costume.
Frequentava várias passagens de ano numa quinta de amigos perto de minha casa, mas com a obrigação sistemática de regressar antes da uma hora da manhã por obrigação para com os meus avós. Numa passagem de ano aí pelos meus 16/17 anos soltei o grito de Ipiranga. Borrifei-me nas horas e só apareci em casas já eram 5 da manhã. Não fazia sentido não aproveitar bons momentos ao som doce do Cliff Richard e dos Shadows. Tive uma briga enorme à chegada, com fuga já dentro de casa e se não fosse o meu tio apaziguar os meus avós, não sei se não seria dessa vez que levava um estalo. Ou mais.
Passei à fase seguinte, ao antro de perdição que era Lisboa. Dois meus amigos à época me acompanhavam nessas andanças. Ainda hoje isso é recordado, pois a amizade perdura.
Casas regionais das comarcas do interior do País, Ateneu Comercial, Clube Ferroviário, Alunos de Apolo, tantos outros e mesmo boîtes de má fama, foram por nós visitadas nas noites de sábado para domingo.
Aqui o regime era outro, sem proteção local onde cada um se desenrascava. Certa tarde estávamos no Ateneu da Madre de Deus onde eu dançava com uma encorpada local com tiques de anteriores namoricos, mas achei por bem deixar a minha gabardina numa cadeira perto da sua mãe. Por razões que a memória não reteve, talvez porque a ligação não estava famosa, resolvemos vir embora a contragosto da pequena. Arrancámos. Já estávamos a caminho do autocarro que nos traria até ao barco no Terreiro do Paço quando me lembro da gabardina. Tive de usar de toda a minha capacidade de convencimento para esperar que o meu companheiro, sozinho, frente à mãe enfurecida, conseguisse trazer o que considerámos na altura a melhor peça de roupa do mundo. Aparecer sem a gabardina em casa seria um desastre. Nunca lhe pagarei tal favor.
E do particular teremos de passar ao cenário do grande público com muito mais nuances a saber, mas mostrando que aqui e ali as situações se repetem, pois, são iguais em todo o lado.
Nova rodagem e então vamos ver…
O velho do bar vai preparando tudo na sala.
Baixa as persianas, distribui os cinzeiros, acende as luzes e põe a música a tocar.
A trilha sonora vale por tudo, só a música toca, nunca há palavras entre as pessoas.
O “J’attendrai” é a música que se impõe, as senhoras começam a chegar na sua pose, na sua idade e seu fetiche. Vão sempre ao espelho, corrigem o cabelo, limpam o dente e escolhem o lugar, a sala é quadrada e há muitos lugares. Umas mais atentas outras nem tanto, parecem conhecer-se, mas ignoram-se, veêm se o corpo ginga bem, ainda.
Fica cada uma na sua mesa, não se misturam, aparecem as muito novas outras nem tanto, uma ou outra mais desastrada, são coquetes em fim de linha, criadas à espreita de oportunidade, amantes de ocasião, uma ou outra snifada sem culpa, aparece sempre uma mais profissional de alguma coisa, que age como fazia aos 20 anos, ajusta o peito, acerta o cinto de ligas e não deixa de fumar.
Trocam de sapatos, afinal estamos em presença de um baile e nem sempre trazem de casa o sapato adequado.
É ao som do “Et maintenant” (de Bécaud) que chegam os homens em manada, como é costume, uns mais discretos ou mesmo temerosos, sempre com medo de errar no que acabam de fazer e também no que se seguirá. Ficam em pé no melhor lugar de onde podem ver a namorada mais interessante, fazem uma breve revista ainda em grupo vão aproveitando para mostrar os seus predicados (ou a falta deles), vão ao espelho limpar a caspa, acertar o penteado, cofiar o bigode com um pouco de perfume, têm de aproveitar a possibilidade de obter alguma coisa proibida.
O homem do bar vê tudo isto como fazendo parte do seu dia-a-dia
Agora ouve-se uma langorosa melodia do saudoso Charles Aznavour, trocam-se os olhares, quem vai com quem? Os sinais começam no ar, eles discretamente perguntam se sim e elas de modo ainda mais discreto, confirmam.
Começa a haver sintomas de algum desespero pois ninguém começa o baile, afinal os motores ainda não estão quentes.
E a música ao vivo vai então começar com a orquestra num pasodoble. Os homens disparam. Às vezes eles escolhem a mesma e alguém fica de fora, é o cabaço. Passa ao tango e cada uma delas mostra os seus requintes os lados mais positivos até fazer entontecer o par respectivo. Eles são afoitos, mas elas também, há quem pareça logo muito enamorado e outros dançam enquanto comem amendoins. Nem toda a gente está a dançar ainda, uma mulher sentada e dois pretendentes é o comum.
Uma pisadela acontece quase sempre, ele a dar e ela a sofrer. É motivo para procurar novo par.
Alguns agarram-se de forma tão exagerada que elas acabam por repugná-los por vezes com violência. Depois tudo se acalma. A doçura da música tudo suaviza.
Os pares mais envolvidos assim se mantêm, outros partem para nova serie.
Os homens que não dançam, lá estão junto ao balcão do bar à espera de nova partida, autêntica corrida de cavalos.
Parece que há uma ou outra que ficou a ganhar com a troca pois ficam mais alegres.
A música francesa impõe-se naturalmente pois é lá que se desenrola a cena. O acordéon faz rodopiar os casais. Há sempre um ou outro casal que já bebe em comum e estão felizes ou parecem estar. Vão-se sabendo notícias da guerra, afinal estamos no final dos anos 30.
O homem do bar tem uma gentileza, faz parar a orquestra e oferece uma bebida a cada um dos músicos, estes aproveitam para saborear, mas só por momentos, a seguir retomam.
Há sempre alguém que ainda não dançou pois não consegue ser requisitado.
Chega então um casal suspeito. Parecem pessoas de outra condição, através das suas vestes, verdadeiramente desajustadas para o lugar. Tentam verificar se estão no sítio certo. O homem do bar faz o seu papel, vai buscá-los. Ele usa cartola e monóculo e ela um espampanante chapéu. Vão-se inteirando das características do local. Quando o homem do bar traz uma garrafa do seu melhor champanhe o senhor da cartola olha com atenção e retira da sua mala um outro champanhe, desta vez gratuito. Fuma charuto, mas a dado passo se desequilibra e deixa cair a monóculo que se parte. Não se atrapalha e mete a mão no bolso do colete tirando outro, enquanto o empregado do bar vai apanhando o que resta da primeira luneta.
A brincadeira a seguir é um jogo do lenço em que cada um escolhe um par que a seguir fica com o lenço que depois vai escolher outro dançarino e assim sucessivamente. O lenço assim vai rodando, a roda mantem-se e cada par com o lenço, fica ajoelhado no centro do grupo. É uma brincadeira intemporal. Alguns aproveitam para ser mais exibicionistas fazendo piruetas. Está tudo alegre.
E eis que chega o típico Jean Gabin, cigarro ao canto da boca, chapéu para traz, gola levantada e um olhar distante, mas matador. Procura a sua dama com um sinal de cumplicidade e rodopiam também.
Mas o bom do sósia do Gabin não se fica por este par prefere outro, e vai tentar a dama recentemente chegada, a do espampanante chapéu, que apesar da sua idade ainda apresenta requintes atractivos, tentando ele convencer o falso aristocrata ao empréstimo.
E lá acabam por se envolver agora numa valsa sempre afrancesada. O nosso Gabin consegue desviar a dama até ao ponto em que o falso aristocrata já não a vê. Quando este chega lá os vê num prolongadíssimo beijo, mas sempre dançando. O aristocrata não resiste e vai para a sua mesa, espalha a droga no tampo da mesma e apronta-se para snifar com a força possível, matando assim a sua ansiedade. Depois pega na garrafa e vai beber discretamente para a casa de banho.
O falso aristocrata pega na namorada e vai embora, aquele não era lugar para eles. O nosso Gabin volta ao par anterior.
Há uma cena de bofetada a três que não parece ter importância. Tudo se recompõe.
Sobra um lenço de pescoço que não parece ser de ninguém e é recolhido pelo homem do bar.
Chega então um mutilado da guerra, as palmas batem em cadência num cumprimento, é o ciclo com a guerra ainda para durar.
O homem do bar já está entrincheirado na própria sala, as luzes baixam de intensidade e nos lugares onde então dançavam, estão espalhados os seus parcos haveres e onde possam dormir, não é uma situação cómoda nitidamente. As portas e janelas são fechadas com sacos de areia de modo a garantir proteção possível. A arrogância que se verificava nalguns pares nas situações anteriores, passa ao sofrimento a todos comum. As mulheres perdem a beleza com o sofrimento, alguns rezam enquanto se ouvem as bombas a deflagrar lá fora. O tecto começa a ceder, as sirenes apontam mais bombardeamentos, bebe-se o que se pode e sofre-se o menos possível. Um violino acompanha Charles Trenet, o bar passa a ser uma cozinha improvisada, come-se o que há. A música, essa está sempre presente.
O homem do bar e sua companheira digerem o que aparece.
Ouve-se então Edite Piaf e o “J’attendrai”. Duas mulheres dançam uma com a outra a retratar a falta de homens agora ocupados na frente de batalha.
Surpresa das surpresas quando entra na sala, um oficial afecto às forças nazis com o seu colaboracionista local. Todos ficam estupefactos. O colaboracionista logo vai alterar o posto de rádio que transmitia canções de incentivo patriótica, para se ouvir a Lili Marlen, inevitável neste caso. A componente nazi no seu melhor. Há um desaguisado entre duas dançarinas e o oficial e respectivo colaborador. Pretendem estes que alguém dance com o oficial pró-nazi. O colaborador vai tentar sacar uma suposta interessada em dançar com o oficial, em vão, pois esta retira-se da sala.
Na evidente impossibilidade de encontrar uma dama para dançar com o oficial, o colaborador a isso se presta, numa imagem desprovida de nexo, mas sobretudo ridícula.
Repicam agora os sinos a assinalar alguma coisa importante, se calhar é o fim da guerra. E é mesmo! As pessoas ganham alegria e a sala recupera as luzes de sempre, deixa de ser um abrigo para passar de novo a salão de baile.
Volta a música, volta a orquestra e a alegria, ouve-se a voz inconfundível de Maurice Chevalier evocando Paris e a bandeira francesa substitui o simples lenço que antes servia de brincadeira na roda. O antigo colaboracionista pretende integrar-se sem que os outros o aceitem. Quando chega a vez do colaboracionista receber de joelhos a bandeira, ninguém o deixa tocá-la e todos o repudiam, até ter tempo de fugir perante as ameaças. É a liberdade evidentemente.
Mas nem tudo correu bem aos ausentes, chega outro mutilado da guerra, apoiados em muletas na falta de uma perna. Há um momento de sensibilização com a orquestra em silêncio naquela recepção. O militar procura o seu antigo par, e dispensando as muletas consegue saltitar numa música a condizer. Conseguem dançar mesmo assim. É belo observar os olhares de cumplicidade presente em todos.
Agora é Glenn Miller que dá cartas com o “In the moon”, nitidamente pós-guerra. Grande movimento no salão de baile, já com propensão para a dança com os pares desligados. Ninguém parece agarrado ao passado.
A seguir ouvem–se os acordes que remetem para Fred Astaire e Ginger Rogers, dançarinos do melhor de sempre. Tudo rodopia.
Volta entretanto o slow, que dá cartas, sempre. Não são precisas palavras.
Com “La vie en rose”, os pares enlaçam-se, é uma canção enternecedora.
Novo arranque, novas músicas, os homens encostados ao bar e as mulheres em espera.
Tinha de aparecer ainda um tango para arrebitar os corações e os passes difíceis de executar e que só resultam em pares experientes. Alguns dançam de olhos fechados, como o galo canta!
A recusa em dançar por parte das mulheres é sempre um momento embaraçoso para os homens, pois têm de voltar para trás: É terrível!
O samba ainda se reproduz por vários momentos, promovendo um jogo de ancas bonito de apreciar se bem dançado.
Aproximam-se momentos impróprios para um salão de baile, um aparente machista, provoca sucessivamente todos os homens até conseguir violentar um deles na casa de banho deixando-o em estado lastimável. Enfim.
A seguir só pode vir o “Rock and roll” com Cliff Richard e o emprestado “Tutti frutti”, agregam-se então no salão os “teddy-boys” agora em vantagem, que só pregam desordem, desdenhando de tudo e todos. Dançam de forma espaventosa para a época. É uma nítida mudança de comportamentos. Bebe-se da garrafa. Quem não é deles tem de se bater com eles.
Seguem Os Playters e o seu “Only you”. Com ele volta o nosso Jean Gabin. Os músicos desistem de tocar, o seu modelo está em extinção e vão abandonar a sala. As regras estão a alterar-se e com elas os comportamentos.
Lá fora ouve-se a Marselhesa e com ela vem surgir o Maio de 68, cá dentro passamos para a “Michelle” melodia de Paul McCartney. Aparece nova orquestra retoma a Michelle com inferior qualidade, mas os pares deliciam-se nessa dança quente, doce e agora com toda a liberdade. Já não há posições definidas, tanto se dança agarrado, como se está deitado em pleno palco.
A seguir é o “Disco” e de novo o “J’attendrai” que se impõe nas danças de ritmos demasiadamente batidos, já ninguém agarra ninguém pois caiu em desuso: Cada um dança com todos e todos dançam com cada um. Alguns pelos seus gestos específicos, parecem os sinaleiros nos aeroportos a arrumar aviões.
Versátil, o nosso colaboracionista vai-se adaptando a todas as soluções que a moda trás, não deixa de aparecer em todas as cenas ainda que dele se espere alguma coisa que não se imaginava.
Mas a calma volta ao baile, a orquestra toca uma suave melodia a prometer carinho e vão começar as despedidas. Parece ser o fim do baile.
Um adeus aqui, outro acolá sempre com o cuidado a verificar se está tudo bem nas aparências. Ao sair da sala alguém fica convidativo e sempre o seu par aproveita a boleia, discretamente. As dançarinas mais empedernidas ficam para trás como sempre, com saudades do próximo dia de baile. Há uma que queria sair só, mas a insistência dele, leva-os num abraço.
O homem do bar está demasiado velho para continuar nestas lides já vai arrumando as cadeiras só lhe falta apagar as luzes, quando se ouve um calmo e longínquo solo de trompete, mas há ainda um último engate que vai acontecer já na penumbra.
Em 1983 o famoso Ettore Scola arrancou um Urso de Prata em Berlim com esta obra.
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A canção marcante:
“J’attendrai” é uma popular canção francesa gravada pela primeira vez por Rina Ketty em 1938. Tornou-se a grande música francesa durante a Segunda Guerra Mundial; uma contrapartida de Lili Marleen de Lale Andersen na Alemanha e Vera Lynn’s We Meet Again na Grã-Bretanha.
Em 1976 Dalida imortalizou-a.

