Obras ou Comboio
A urgência das obras na ponte 25 de Abril foi esta semana reforçada pelas palavras do presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) na Assembleia da República.
Carlos Pina, ouvido, quarta-feira, pela Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas, afirmou que o agravamento das falhas estruturais identificadas na ponte, caso as obras não se iniciem rapidamente ou não seja cumprido o prazo estabelecido para a sua conclusão, poderá obrigar a reduzir o tráfego ferroviário.
“Se não houvesse obras, admito que em quatro ou cinco anos seria necessário impor alguma restrição, o que no caso da 25 de Abril seria o comboio, que é o principal factor de desgaste da estrutura”, disse o presidente do L.N.E.C. Entre as possíveis restrições, referiu aquele responsável, estarão a diminuição do número de carruagens nos comboios de passageiros, e a redução ou mesmo a total eliminação do tráfego de mercadorias, o que afectará o serviço suburbano concessionado à Fertagus, mas também os comboios da CP para o Algarve.
Na fase inicial da audição no Parlamento, Carlos Pina referiu que as anomalias no comportamento estrutural da Ponte 25 de Abril foram detectadas em 2011/2012, tendo em 2014 sido reconhecida a necessidade de realizar uma intervenção de fundo, tendo-se então iniciado a preparação do projecto. A obra, entretanto orçada em cerca de 20 milhões de euros, espera agora pela realização de concurso público e pela libertação de verbas por parte do Ministério das Finanças para ter início.
Segundo o presidente do L.N.E.C., os projectistas da ponte (a empresa norte-americana Parsons) defenderam que a intervenção fosse realizada com uma forte restrição do tráfego, cenário que, disse perante os deputados, foi afastado pelas consequências que essas limitações imporiam ao transporte de pessoas e bens.