Polémica no Carolina
O atual dono do Carolina do Aires acusa o programa de Ljubomir Stanisic na TVI de “tentar assassinar o restaurante mais emblemático” da Costa da Caparica. O programa já acabou e no restaurante tudo voltou ao que estava antes de ser emitido o “Pesadelo na Cozinha”.
Carolina e o Aires começaram a receber clientes na década de 50 e depressa transformaram o seu espaço em paragem obrigatória na Costa da Caparica. Os anos passaram, os donos morreram, os herdeiros venderam o Carolina do Aires e Agostinho Cunha ficou com o restaurante em 2013.
Diz a produção do programa que, “em dezembro de 2016, quando o “Pesadelo na Cozinha” passou por lá, só restavam as memórias desses tempos. O dono quase não aparecia, as cozinheiras não se entendiam e o responsável pela grelha não recebia ordens de ninguém”.Quando Ljubomir Stanisic se sentou à mesa para provar alguns pratos, encontrou uma carta com 140 opções em que mais de metade não estava sequer disponível.
Porém, Agostinho Cunha, o atual proprietário do Carolina do Aires, garante que o chef sabia dessas limitações e que “só pediu aquilo que não havia para fazer o filme dele”. O que o programa da TVI — que terminou este domingo, 4 de junho — implementou, desapareceu quase sem deixar rasto.
“Não mantemos nada, temos a carta à maneira antiga”, disse o proprietário do Carolina do Aires. A ementa em formato de barco e as páginas com imagens dos pratos desapareceram e o restaurante tem uma folha A4 plastificada, tal como deixou a produção, mas não há jaquinzinhos nem prego de atum. Em vez disso, regressaram o choco frito e os filetes de peixe galo.
“Era um dos pratos que mais se vendia e eles chegaram aqui e tiraram-no. Houve muita gente que chegou e se foi embora porque não havia o peixe galo.”
Na equipa quase tudo mudou, começando pela cozinha. Ermelinda, a chef, saiu logo após as gravações. “Fui eu que a pressionei. Ela nunca foi cozinheira para esta casa”, admite o dono. Paula, a cozinheira, foi transferida para outro espaço de Agostinho Cunha e Ana, a ajudante, foi-se embora. Mário mantém-se nos grelhados porque “tem 30 e tal anos de casa”. Na sala estão Pedro e Paulo, que é agora o responsável, e à equipa juntaram-se Conceição (cozinheira ainda no período de experiência), Lisete (ajudante) e Luísa (na copa). Agostinho diz que coordenada tudo e “vai assumir a cozinha” daqui para a frente.
Então e o gerente que falava tão pausadamente? Garante o proprietário, que foi contratado só para fazer o programa. “Eu tinha um gerente que tinha ido embora há pouco tempo. Naquela altura falaram-me dele [Cristino], uma pessoa que nunca tinha trabalhado na hotelaria mas que já tinha sido ator, que tinha jeito para aquilo.”
Cristino era, efetivamente, um ator e foi à vida dele pouco depois de “Pesadelo na Cozinha”.