Entrevista Treinador
O treinador do Grupo Desportivo dos Pescadores da Costa de Caparica, Nuno Ferreira, deu uma entrevista ao Jornal de Desporto. Pode ler a entrevista na sua publicação original clicando aqui..
Transcrevemos o texto aqui, de forma a possibilitar e facilitar o acesso a este documento agora e no futuro, agradecendo ao Jornal de Desporto.
Aproveitando a pausa forçada no Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, em virtude do caso que está a impedir o normal desenrolar do mesmo, devido ao jogo do empurra entre o Conselho Técnico e o Conselho Jurisdicional da AF Setúbal na questão relacionada com o protesto apresentado pelo Águas de Moura em relação ao jogo que disputou com o Quintajense, o nosso jornal convidou o treinador dos Pescadores, Nuno Ferreira, para fazer o balanço daquilo que foi a primeira fase do campeonato.
Na conversa que tivemos falámos também dos próximos objectivos do clube e do caso que está a atrasar o início da segunda fase da competição que vai apurar as duas equipas a promover, assim como o campeão.
– Que balanço se pode fazer da primeira fase do campeonato?
O balanço feito da primeira fase do campeonato, dificilmente poderia ser mais positivo. Começámos menos bem, com dois empates nas quatro primeiras jornadas, contando com a nossa folga à terceira jornada, o que nos fez andar a primeira metade do campeonato a correr atrás dos nossos adversários. A partir do Natal (momento em que iniciou a segunda volta) assumimos a liderança do campeonato e não mais quisemos sair de lá. Fomos justos líderes de uma série com qualidade tremenda. No ano anterior, foi desta série que saíram as duas equipas que subiram de divisão e isso reflecte a qualidade que existe na mesma. Este facto faz valorizar ainda mais o trabalho que fizemos até aqui.
Treze jogos sem perder
– A equipa esteve invencível até à antepenúltima jornada. Gostaria de ter terminado sem derrotas?
Ninguém gosta de perder, seja em que contexto for e nós não somos diferentes. Se no início da época nos dissessem que iríamos estar os primeiros 4 meses sem perder, seria difícil alguém acreditar. No entanto, isso foi uma realidade. Uma realidade que nós construímos. Todos os jogos têm a sua história e a única derrota que tivemos, até aqui, foi frente à única equipa a quem não ganhámos este ano (empate na primeira volta e derrota na segunda). Nós tínhamos assegurado a passagem à segunda fase e o Brejos necessitava da vitória para ir ao Seixal na jornada seguinte e lutar igualmente pelo apuramento. O nosso foco era ganhar, como sempre, mas pretendíamos, não rodar a equipa, mas posicionar todos os jogadores, física e tacticamente, capazes de iniciar a fase final na nossa máxima força. Deste modo, a ambição do Brejos aliada à sua qualidade, deitou abaixo um rol de 13 jogos sem saber perder. É bom, é motivante, mas está longe de ser o mais importante. E o mais importante está a chegar.
Mais competitividade
– Como é que está a perspectivar a fase final e qual o objectivo dos Pescadores?
Desde o início que preparámos a época com o objectivo de colocar os Pescadores mais perto do lugar que lhe pertence. É verdade que há 10 anos éramos um clube com presença assídua na 3.ª Divisão Nacional e a lutar por subir à 2.ª Divisão B. Mas também não é menos verdade que nos últimos 5 anos estivemos duas vezes na 2.ª Distrital. O clube tem passado por momentos menos bons ao longo do passado mais recente, mas a confiança e o trabalho de quem o lidera tem dado a esperança a todos os caparicanos de que o futuro será risonho. Iniciámos a época com três objectivos claros. O primeiro está atingido: a passagem à fase final. A partir daqui queremos subir de divisão e a cereja no topo do bolo seria a subida aliada à conquista do título. É para isso que trabalhamos desde o início de Setembro do passado ano. Em relação às expectativas para a fase final, esperamos uma continuação de campeonato extremamente complicado como foi até aqui. Ao longo das 16 jornadas jogadas, não houve um jogo que possamos dizer que foi fácil. Em todos eles tivemos de trabalhar muito e bem para sair vencedores e a fase final irá com certeza aumentar este registo de competitividade.
Episódio menos bom
– Que tem a dizer sobre o “imbróglio” que se instalou na série A. Sente que isso está a afectar a planificação do trabalho dos clubes?
Este é naturalmente um tema delicado. Habitualmente não gosto de comentar situações sobre as quais não tenho a plenitude do conhecimento. No entanto, posso falar apenas do nosso momento. Estamos há um mês a competir sem objectivo, pois o apuramento estava garantido, jogamos para ganhar mas todos sabemos que o registo é diferente. Preparámos e planeámos o ano a contar com uma semana de paragem, que neste momento será (no mínimo) de duas semanas. Veremos onde termina este episódio menos bom que espero se resolva da melhor forma. Tenho pena de estar neste impasse mas o nosso foco mantém-se intacto.
Honrar o clube
– Quer acrescentar algo mais ao que foi dito?
Aproveito esta oportunidade para agradecer em primeira instância ao José Pina pelo acompanhamento diário que vai sendo feito a todo o nosso trabalho. Por outro lado, elogiar mais uma vez a dedicação de todos os que têm levado o nosso clube a bom porto. É saudável ver os caparicanos a regressar ao nosso campo para apoiar e tudo isso apenas é possível devido à organização que existe neste momento e à qualidade que o nosso plantel apresenta domingo após domingo. Deixamos a garantia de que tudo faremos para continuar a honrar este grande clube.