Voto útil?

cds-pp-logoO apelo ao dito «voto útil» é uma mistificação criada pelos partidos que se acham donos dos votos dos eleitores. O apuramento dos mandatos através do método de Hondt não permite concluir pela vantagem da concentração de votos num partido que se pense ir á frente. São inúmeros os exemplos que por todo o mundo atestam o que acabo de escrever. Portanto, a teoria do voto útil é uma manipulação da vontade doe eleitores.

Imaginemos um eleitor de Almada que deseja mudar o rumo dos destinos do concelho. Tendo lido os programas eleitorais e conhecido o perfil dos candidatos, identificou-se com as propostas do CDS. No entanto, hesita. Talvez se votar PS possa reforçar o partido que parece mais bem colocado para derrotar a candidatura comunista.

Sejamos claros. O voto desse eleitor no PS pode deixar de eleger um vereador ou um deputado municipal do CDS para eleger um candidato do Bloco de Esquerda. Foi, aliás, precisamente o que sucedeu em 2009. Será isto que pretende?

Por outro lado, é necessário conhecer o método de Hondt. Na distribuição dos votos pelos mandatos, um vereador será eleito por um certo número de votos, mas os restantes têm uma bolsa de “voto inútil” que são todos os votos no partido que sobraram depois de eleito o último vereador. O eleitor nunca saberá, no momento em que vota, se o seu voto servirá para alguma coisa.

«O argumento do voto útil pertence ao tipo de falácias que poderíamos chamar profecias autocumpridas.» (Andrés Huergo)

Outra manobra habitual é confundir uma candidatura autárquica com a presença de um partido no Governo. Permita-me o leitor que lhe peça que me julgue pelo meu mandato de Deputado Municipal em Almada e Deputado na Assembleia Matropolitana de Lisboa. Que avalie se cumpri os compromissos para com os almadenses, ainda que isso tenha significado algumas vezes estar contra as posições oficiais do meu partido. Se me bati com determinação pelas causas em que acredito. Se apresento um bom programa eleitoral.

No dia 29 de Setembro, cada eleitor estará a escolher quem considera mais capaz para o executivo camarário, avaliando os seus actos e as suas propostas. Não permita que alguém se julgue dono do seu voto.

Decida por si!

One thought on “Voto útil?

  • 28 de Setembro, 2013 at 14:57
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    Quanto mais certa publicidade e marketing forem eficientes em campanha eleitoral mais danos causam à melhor democracia: muitas vezes o dinheiro da corrupção ou promessa de futura corrupção permitem pagar as melhores campanhas eleitorais para vencerem os mais disponíveis à corrupção. Collor de Mello foi eleito Presidente do Brasil com uma gigantesca campanha elitoral a dizer que lutaria contra a corrupção. Mas foi condenado próprio por uma campanha eleitoral a dizer que era contra a corrupção paga com corrupção.

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