25 de Abril na Finlândia
No dia 25 abril de 1974 teve lugar a Revolução dos Cravos em Portugal. Na Finlândia, esta notícia primeiro foi confusa, as pessoas apenas falavam sobre um golpe militar.
Só depois de alguns dias é que a situação ficou mais clara.
Em maio teve lugar uma visita de uma delegação Portuguesa à Finlândia, incluindo Helsínquia e Turku.
Desde o primeiro dia, o interesse pelo que aconteceu no distante Portugal foi enorme, devido ao que tinha acontecido no Chile pouco antes, em setembro de 1973, e também porque os movimentos de esquerda eram muito fortes na Finlândia, tanto política quanto culturalmente.
A canção Grândola foi traduzida pelo autor Pentti Saaritsa logo no mesmo mês de abril de 1974!
Esta é uma tradução extremamente agradável e com o texto muito comovente! A canção foi interpretada pela primeira vez pelo grupo Agit-Prop.
O Agit-Prop é composto por 4 atores e era um modelo para todos os outros grupos com programas políticos de esquerda.
Um grupo de estudantes da cidade de Turku, cantam uma versão de Grândola para a rádio no dia 1 de maio de 1974! Eu era uma dessas estudantes…
Grândola passou a ser uma canção favorita nos nossos concertos e encontros nos anos seguintes.
Nesse mesmo verão um dos meus amigos da universidade trouxe de Portugal um disco com a Grândola.
O álbum foi muito ouvido, quase sem parar, todos queriam ouvir o original!
Nós fizemos isto e, o grupo de cantores amadores participou em programas realizados tanto em festivais, como em localidades menos industrializadas e em várias prisões. E uma das nossas canções favoritas sempre foi Grândola. Eventualmente, até mesmo cantada em vacilante português…
E um evento muito importante nesse ano de 1974 foi a grande celebração oficial dos 30 anos do Partido Comunista Finlandês em liberdade, pois foi ilegalizado entre 1927 e 1945. Nesse espetáculo nós cantámos a Grândola em Português!
Comovente!
Há sentimentos profundos comuns que unem pessoas tão diferentes em locais tão diferentes do mundo…
Obrigado, Katarina!
Jorge
Obrigado, Katia, pelo tão interessante testemunho. Beijos. Pedro G.